terça-feira, 1 de dezembro de 2015

PET - Debates: Micropolítica: Cartografias do Desejo - Suely Rolnik

                    No dia 28/10/2015 nosso grupo fez a discussão do primeiro capítulo do livro “micropolítica> cartografias do desejo” onde o grupo pretende ler e debater ao longo das próximas reuniões para embasamento coletivo das pesquisas individuais.

                   A autora inicia o texto falando do conceito de cultura e seu caráter reacionário. Também coloca que a cultura só existe como esfera autônoma em nível de mercados de poder, dos mercados econômicos. Ela chama de modos de produções capitalísticas, para abranger diferentes tipos de economia, e salienta que existe o controle da esfera da subjetividade, que ele chama de “cultura de equivalência”. Assim, o capital ocupa-se da sujeição econômica e a cultura da subjetividade. Entrando no debate sobre cultura de massa o autor fala da criação de indivíduos normatizados, hierarquizados, e que gera certo tipo de submissão nessa produção. Após isso o autor fala da mudança do conceito de cultura ao longo da história moderna, e separa em três sentidos, que designa sentido a, b e c. No sentido a seria a “cultura valor”, ligado a quem tem e quem não tem cultura. O sentido b é a “cultura-alma coletiva”, ligado à civilização. Segundo o autor, uma forma democrática de cultura, usada por povos para reivindicar sua cultura. O terceiro sentido, o c, está ligado a cultura de massa, seria a “cultura mercadoria”. Após isso a autora comenta um pouco sobre o surgimento de cada sentido, começando pelo a, que surge com a burguesia, que seria uma forma de classificar níveis de cultura. No caso, a cultura da nobreza estaria em um nível maior que outros. O sentido b já é uma tentativa de democratização do conceito de cultura, surgido no século XIV, porém, o autor afirma que não deixa de ter um caráter até racista em seu conceito. O autor fala da problemática de o conceito de cultura chegar para os povos indígenas de maneira fragmentada. Religião, práticas econômicas, etc, e esses povos não sabiam o que era cultura, visto por essa ótica. Já a o sentido c, a cultura mercadoria, se prende em apenas vender mercadoria cultural. Segundo o autor, não se trata de uma cultura a priori, mas de uma cultura que se produz, reproduz e se modifica constantemente. Para a autora, os três sentidos continuam a funcionar na nossa sociedade, esses três sentidos se juntam para o que ela denomina de “força coletiva de controle social”. Entre outras discussões, a autora diz que no fundo só há uma cultura, a capitalística.




Por: Willian S. Rocha - Bolsista do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM.



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

PET - Debates: O Sujeiro e Poder - Michael Foucault

Durante a reunião do dia 14 de outubro de 2015, os integrantes do grupo PET – Geografia realizaram a atividade de leitura compartilhada, que consiste na escolha de um texto e a partir daí ocorre a apresentação do mesmo, acompanhada de explicações e debates, em especial, associados às pesquisas produzidas pelo grupo; No caso desta quarta-feira, o texto foi “O Sujeito e o Poder” do autor Michael Foucault.

O texto começa abordando sobre como os seres humanos tornam-se sujeitos, de forma multifacetada, seja o sujeito na forma gramatical dos idiomas, sujeitos da sociedade econômica e sujeitos biológicos. Assim, o autor enfatiza que esta preocupação em identificar e estudar os sujeitos e a forma como os mesmo são desenvolvidos é uma maneira para melhor compreender o que é o “poder”, não partindo exatamente da análise deste, mas de outros aspectos, como as experiências dos sujeitos, para que daí sim seja alcançada a compreensão do “poder” e todas as suas particularidades enquanto conceito e aplicação prática.

Desta forma, é apresentado que as formas de resistência devem ser identificadas como ações presentes numa relação de poder, levando à compreensão de que onde há resistência, há poder, em que o(s) sujeito(s) que está(ão) sendo submetido(s) à determinada ação de poder por parte do(s) sujeito(s) que exerce(m) o mesmo, realiza uma resposta antiautoritária a este exercício de poder, ou seja, a demonstração de descontentamento. Assim, o autor afirma que analisar o “poder” a partir das ações de resistência é um método de compreensão fora da racionalidade interna das relações de poder, e sim, através do “antagonismo da estratégia” (p. 234).

Ao longo desta abordagem sobre a importância de reconhecer quais as ações de resistências e os sujeitos destas ações, os estudantes presentes na leitura do texto identificaram este método àquele utilizado pelo grupo PET em suas pesquisas, visto que há a tentativa de evidenciar quem são os “de baixo” destas relações de poder, e o que eles têm a dizer, qual é a racionalidade alternativa à racionalidade dominante midiática oriunda através destas vozes, seja por meio da manifestação artística, protestos, dentre outras formas, objetivando afirmar o seu direito à cidade, seja por moradia, seja por apropriar-se de determinado locus para o exercício do turismo ou ações culturais diversas.

Assim, é demonstrado como a estrutura de poder utilizada pelos Estados tem sua origem muito vinculada àquela utilizada na estrutura da igreja desde séculos passados, até porque o poder vive em transformação e adaptação. Pois o “poder pastoral” buscava doutrinar, levar o indivíduo/população a um determinado fim, neste caso, à salvação; Já no caso do Estado, há uma busca de assegurar ao indivíduo o bem-estar, saúde, segurança, educação, dentre outros aspectos das sociedades atuais; Há, também, modificação na materialização institucional de como este poder será exercido, enquanto no poder pastoral havia a instituição denominada de igreja, no caso do poder governamental há diversas instituições e aparelhos para que o mesmo seja efetivado.

É muito enfatizado que o poder não é algo que se detém, não é um objeto, mas sim uma ação, está nas relações sociais, e para tal, é necessário haver indivíduos, que se transformam em sujeitos, e a partir daí, a relação de poder é ocorrida. Logo, o autor afirma “O termo ‘poder’ designa relações entre ‘parceiros...” (p. 240), e complementa, “O exercício do poder consiste em ‘conduzir condutas’ e em ordenar a probabilidade [...] como um modo de ação sobre as ações dos outros.” (p. 244).


Por fim, é perceptível que o “poder” trata-se de ações presentes nas relações sociais entre sujeitos, assim, o autor afirma que uma sociedade sem relações de poder só existe enquanto abstração, sempre havendo uma estratégia de atuação por parte de quem exerce o poder, visando atingir, da melhor forma possível, os seus interesses, e uma estratégia de resistência e resposta por parte dos sujeitos submetidos a estas ações, estando estas presentes em diversas instituições da sociedade atual, como a instituição familiar, escolar, empresarial, dentre muitas outras.

Por: Henderson Neiva - Bolsista do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM.

PET-Debates: Território e (des)territorialização - Marcelo Lopes de Souza



             No dia 23 de Setembro de 2015 o grupo debateu o texto "Território e (des)territorialização " capitulo do livro Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial de Marcelo Lopes de Souza (Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) com o objetivo de apreender e atualizar conhecimentos e assim da inicio a novas pesquisas coletivas.

            Em primeiro momento o autor faz um resgate de sua definição de território publicado no ano de 1995, salientando o tamanho da repercussão que teve sua definição: “é fundamentalmente, um espaço definido e delimitado por e a parti de relações de poder” (SOUZA, 1995, 78) e como foi acompanhada de equívocos de interpretação, inclusive de pessoa que diziam concorda com o autor, e isso o fez retomar o pensamento e a discussão para corrigir esta má interpretação e acrescentar algo novo.
O autor ressalta que esta definição é formula que deve ser vista como uma primeira aproximação, que é necessária, mas que por si só não dá dimensão total do sentido de território e que e necessário uma segunda aproximação que ele aborda mais afrente no texto. E toma-la como sendo um único tempo e subverter a motivação e o intuito do texto de 1995.

Após esta primeira abordagem o autor dá uma pausa no conceito de território para poder discutir o conceito de poder e é nesse momento que o autor busca através de citações e complementos próprios conceituar a noção de poder. Ele se utiliza bastante da autora Hannah Arendt que conceitua o poder não como uma “coisa” ou “algo” e que o poder só se perpetua enquanto o grupo que deu origem este acredita em seus ideais e se mantem unido, caso não tende a ruir, mas também cita outros autores como o cientista politico alemão Günther Maluschke com suas ideias de poder, dominação violência, autoridade e competência e o filosofo Greco-francês Conelius Castoriades o qual o autor diz que consegui em certo sentido alcançar um entendimento mais além do que os autores Arendt e Foucault  e que este autor deixa claro que  não é possível  haver um sociedade sem o poder e que pensar isso é se ater a uma ficção.

Em seguida o autor faz uma alusão a pensamentos e pensadores anarquistas e continua a conceituar o poder e suas formas de exercê-lo e como sempre há um embate entre as formas de poder existentes.

Após essa pausa o autor retoma a discussão de território para começar a discutir as ideias de territorialização e (des)territorialização e fecha o capitulo com esta discussão e faz um mensão sobre os capítulos posteriores.

Todas as referencias bibliográficas deste e do texto discutido constam no livro “Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial” de Marcelo Lopes de Souza, editora Bertrand Brasil, ano 2013, EAN: 9788528617320.


Por: Bruno Pereira - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM.

PET-Debates: “Por uma Geografia Cidadã: Por uma Epistemologia da Existência” - Milton Santos.

No dia 23 de Setembro de 2015, o grupo se reuniu para o debate a respeito do artigo publicado pela Associação dos Geógrafos Brasileiros no Boletim Gaúcho de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de autoria de Milton Santos, “Por uma Geografia Cidadã: Por uma Epistemologia da Existência”.

Em primeiro momento, o tópico a ser questionado é o porquê de construir uma “Geografia Cidadã”, e nisto o autor é claro em dizer que a Geografia Cidadã se fundaria baseada na pertinência do geógrafo ao abordar um assunto que questiona a realidade, dando uma atenção ao conceito de lugar como um conjunto de objetos, de uma forma que visaria o coletivo, criticando assim, os que valorizam o enfoque em somente um objeto de estudo se externalizando dos demais objetos. Acrescentando também, favorável à atitude de se considerar uma integração de determinações coletadas de disciplinas econômicas, políticas, sociais e culturais no estudo.

No segundo momento, Milton Santos sugere que enxerguemos o espaço, não como espaços adjetivados, ou seja, espaços fragmentados – como o espaço econômico, o espaço político, o espaço social ou o espaço cultural – mas que enxerguemos como um espaço banal. Banal por integrar todas as qualidades, riquezas, povos, etc. Além disso, aconselha que haja discussões voltadas a indagações sobre o espaço, e com isso, acaba criticando discussões que muitas vezes são voltadas para o questionamento do conceito de Geografia.

No terceiro momento, o autor trabalha três dimensões do homem para entender o cotidiano: a corporeidade; a individualidade; e a socialidade. A corporeidade define o lado objetivo do homem, a atuação do corpo, material, objetivo. A individualidade é definida pela subjetividade dos graus de consciência do ser humano. A socialidade é configurada pelo ato de o ser humano viver junto a outro. A relação destas três dimensões define a cidadania e ajudam no estudo do cotidiano de um ponto de vista espacial, visando os tempos que moldaram, estão moldando e possivelmente moldarão as configurações do cotidiano.

Por último, uma Epistemologia da Existência é sugerida pelo autor de modo que possamos ter a noção de que o mundo é feito de um conjunto de possibilidades, considerando os conceitos de lugar e espaço como funcionalizações do mundo “através de suas formas materiais e de suas formas não materiais. E é por isso, também, que através do espaço nós podemos abraçar de uma só vez o ser e o existir”. E finaliza esclarecendo que os estudos da sociedade são feitos através do espaço geográfico, logo, existem devido ao espaço, assim como todos existem. Portanto, não seria racional o estudo de Geografia ser escolhido para determinadas empresas, instituições ou pessoas, dever-se-ia pensar a Geografia determinada ao espaço banal, ou seja, à totalidade.


Por: Marcus Aguiar - Colaborador do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM.


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Encontro Juventude e Metrópole 2015 - 2º Dia.

O evento "Encontro Juventude e Metrópole 2015" organizado pelo grupo PET-GEO IM/UFRRJ, trouxe aos alunos do Instituto Multidisciplinar a oportunidade de transmitir informações, gerar debates e trocas de conhecimento. O lançamento do livro "Geografia e Resistências: Imaginários, discursos e práticas no território fluminense" compôs o 2º dia do evento com as apresentações de duas pesquisas e a exibição do filme "A Batalha do Passinho", com a participação especial do diretor Emilio Domingos.
A primeira pesquisa a ser apresentada foi "Ninguém manda no que a rua diz: Artivismo e Práticas Pedagógicas" produzida pelos alunos Felipe Rodrigues, Flávia Souza, Henderson Neiva, Michella Maia e Yago Anjos. A apresentação expôs o objetivo da pesquisa que é definir a arte ativista, debater a proposta metodológica do artivismo na educação e mostrar a análise de oficinas propostas pelo grupo PET-GEO IM/UFRRJ com a temática do artivismo relacionada com a educação.

   Foto 1 - Apresentação da pesquisa sobre Artivismo

A segunda apresentação foi a vez da pesquisa "Ações Culturais e Resistências Territoriais: A Baixada Fluminense em Outros Mapas", dos autores Anita Loureiro e Willian S. Rocha. O trabalho que integra a proposta do COLETIVO de Ações Territoriais de Resistência, teve o objetivo de mostrar sob uma outra perspectiva cartográfica, ações culturais e de resistência com ênfase voltada para a Baixada Fluminense. A apresentação contou com dois convidados: Janaína Tavares, componente do grupo Sarau V; e Ivy Schipper, pesquisador bolsista da UFRJ.
Foto 2 - Apresentação da pesquisa "Ações Culturais e Resistências Territoriais"

E para finalizar o último dia do evento, houve a exibição do filme "A Batalha do Passinho", contando com a participação de seu diretor Emilio Domingos. O filme foi recebido de significativo agrado pelos expectadores.  O objetivo desta etapa do evento é apresentar uma determinada manifestação cultural - o Passinho - vindo de sujeitos, que por fazerem parte de uma classe social desfavorecida, são esquecidos, subestimados e estigmatizados. Após a apresentação, Emilio se disponibilizou para um apanhado de perguntas e comentários feitos pelos componentes do grupo PET-GEO, professores e alunos componentes da plateia.
Foto 3 - Diretor Emilio Domingos sobre seu trabalho "A Batalha do Passinho"

O grupo PET-GEO IM/UFRRJ agradece imensamente à participação de todas e todos que puderam contribuir para que houvesse uma troca de conhecimentos, perspectivas e sensações no Encontro Juventude e Metrópole 2015.

Foto 4 - Participantes e plateia do evento




Por: Marcus Aguiar - Colaborador do grupo PET-GEO/UFRRJ/IM.

domingo, 13 de setembro de 2015

Encontro Juventude e Metrópole 2015 - 1º Dia.


            O grupo PET-GEO do IM/UFRRJ organizou o evento “Encontro Juventude e Metrópole 2015” para o lançamento de um trabalho fruto de uma construção coletiva de conhecimentos: o livro “Geografia e Resistências: Imaginários, discursos e práticas no território fluminense”. É uma publicação realizada pelo o próprio grupo que une trabalhos de uma geografia voltada aos sujeitos negados, negligenciados, silenciados. Sujeitos que resistem diariamente para poderem (sobre)viver contra as adversidades que lhes são impostas diariamente. Para além do lançamento da obra, o evento realizou a exibição do filme “A Batalha do Passinho” com o diretor Emílio Domingos. 
            Ocorreu em dois dias consecutivos, 09 e 10 de setembro, na UFRRJ/IM. No 1º dia, a programação se destinou a fazer a apresentação de três pesquisas que compõem o livro. Cada apresentação foi acompanhada de riquíssimos comentários feitos por debatedores convidados, além das contribuições manifestadas através de perguntas realizadas pelo público.
            A primeira pesquisa apresentada foi “Durismo ostentação: táticas de apropriação popular do espaço turístico de Ilha grande – RJ”, autores: Camila Fernandes de Oliveira Marcondes, Djalma Navarro dos Santos, Filipe Emanuel da silva, Kleber Mattos Pavão Cypriano e Nathália de Oliveira de Sousa. A apresentação mostrou o objetivo do trabalho; sua temática; o sentido do “durismo”; quem é o durista; como o processo de ostentar está ligado à apropriação do espaço turístico.
A convidada escolhida para debater a pesquisa foi a Profª. Drª Teresa Cristina de Miranda Mendonça (Turismo - UFRRJ/IM), que tem pesquisa ligada ao espaço de Ilha Grande que serviu como referencial teórico para o artigo do livro. Teresa gostou bastante da pesquisa, disse que o texto está bem escrito, que adorou a ideia da ostentação para subsidiar a ideia do trabalho, entre outras contribuições.

Foto 1 – Apresentação da pesquisa sobre Ilha Grande

            A segunda pesquisa apresentada foi “Transformações sócio-espaciais no Morro da Providência: a interferência de projetos hegemônicos no cotidiano”, autores: Carolina Peres, Bruno Pereira, Gabriel Martins e Rafael Romano. A apresentação mostrou o objetivo central da pesquisa, que foi a análise do como as interferências que estão ocorrendo na área portuária do Rio, através do projeto Porto Maravilha, estão atingindo negativamente os moradores do Morro através das ações verticalizadas do Estado em conjunto com agentes privados. Os convidados a debaterem foram Roberto Gomes dos Santos (Graduado em Ciências Sociais pela LEC/UFRRJ e remanescente da Ocupação Quilombo das Guerreiras), Prof. Dr. Francisco das Chagas Nascimento Jr (UFRRJ/IM) e Cosme Vinícius Felippsen (morador do Morro da Providência). Roberto fez seu trabalho de monografia com base em Políticas Públicas de Pacificação, no caso específico do Morro da Providência, contribuindo imensamente para a pesquisa do livro como referencial teórico; ele e Cosme foram as vozes dos sujeitos da resistência, pois lutam por ter garantias de moradia, por dignidade e respeito. Cosme deu seu relato como morador da Providência, através de música e poema, expressou sua indignação com o atual cenário do Morro, mas também nos trouxe relato de vitória – ações de resistência por parte de alguns moradores salvaram cerca de 500 famílias da remoção -.

Foto 2 – Apresentação da pesquisa sobre o Morro da Providência

            A terceira pesquisa apresentada foi “É só mais um Silva que não tem moradia: a Ocupação Quilombo das Guerreiras na luta contra as remoções e a questão habitacional na cidade do Rio de Janeiro”, autores: Andréia Ribeira Cunha e Felipe Taumaturgo Rodrigues de Azevedo. Roberto Santos, sendo remanescente da ocupação, contou a história da origem; história do nome, que é uma homenagem às mulheres negras e suas lutas cotidianas; como a ocupação se desenvolveu com o passar dos anos; por quais meios era feita a organização – autogestão- até os rumos atuais em que se encontra o movimento (Projeto de Moradia Social Quilombo da Gamboa).
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Foto 3 – Apresentação da pesquisa sobre a Ocupação Quilombo das Guerreiras


            Foi uma tarde bastante rica no sentido da troca de conhecimentos, no exercício de uma dialética efetiva, pois diferentes sujeitos tiveram a chance de falarem e de serem ouvidos. O evento se mostrou coerente e preciso com os pilares da Universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão.  


Por: Gabriel Martins - Bolsista do Programa de Iniciação Científica (PROIC) e colaborador do grupo PET-GEO/UFRRJ-IM.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

CONVITE: ENCONTRO JUVENTUDE E METRÓPOLE 2015


O grupo PET-GEO UFRRJ/IM convida a todxs para o Encontro Juventude e Metrópole 2015 que ocorrerá nos dias 09 e 10 de setembro com o lançamento do nosso livro "GEOGRAFIA E RESISTÊNCIAS: Imaginários, discursos e práticas no território fluminense." seguido de uma exibição especial do filme " A Batalha do Passinho" com a presença do diretor Emílio Domingos.

Esperamos vocês lá!


PET NO MAR II



A volta às aulas do curso de Geografia do IM/UFRRJ começou com a Semana de Integração do curso de Geografia (SEINTEGRA – GEO), que é uma semana para a realização de atividades de recepção dos calouros do curso, desde a apresentação de alguns aspectos da estrutura universitária, incluindo algumas características do curso para o qual eles estão ingressando, além de conhecerem parte do corpo docente.

Desse modo, seguindo a proposta de todas as atividades desenvolvidas durante esta semana, o PET – Geografia do IM/UFRRJ realizou uma atividade no dia 26/08/2015 com os estudantes recém-ingressos, como sempre é feito, e a mesma consistiu em uma ida ao Museu de Artes do Rio – MAR, e depois foi realizado um trabalho de campo por alguns pontos dos arredores do museu, que está localizado na região portuária da cidade, e esta é uma das áreas de estudo das pesquisas desenvolvidas pelo grupo. Assim, a atividade teve como proposta de aproximar os novos estudantes do PET para que eles possam compreender a dinâmica do grupo, explicando um pouco de uma das nossas pesquisas e também do curso de Geografia.



Foto 1 – Cartaz de uma das exposições visitadas no MAR.

Após a visita ao MAR, o grupo realizou o trabalho de campo citado anteriormente, o mesmo foi denominado “CHACHA”, a sigla utilizada pelo grupo para o termo “Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana”, que é o nome do tour oficial que a Prefeitura do Rio faz naquela região, contando um pouco da história da população negra na área portuária, tratando a área como um sítio arqueológico e, assim, como ponto turístico. A área visitada vem passando por fortes ações movidas pelo capital imobiliário que é evidenciado pelo projeto “Porto Maravilha” e, com isso, vem resultando em remoções urbanas e selecionando (in)diretamente quem pode ou não permanecer naquele local.


Foto 2 – Explicação sobra o ponto I (Pedra do Sal).

Porém, o campo proposto possui a intenção de desconstruir o pensamento dominante que já é propagado durante esse circuito turístico oficial, provocando uma análise crítica e reflexiva sobre o direito a moradia, as resistências presentes na região e até que ponto os locais visitados realmente celebram a herança africana, visto que os negros, na época que o campo remonta, não tinha nenhum motivo para comemorar e que hoje também possuem as suas presenças negadas.  Para esta saída foram visitados os pontos Pedra do Sal, Cais do Valongo e Jardim Suspendo do Valongo.


Foto 3 – Integrantes do PET – Geografia e os alunos recém-ingressos.

Por fim, a atividade contribuiu para uma recepção dos calouros à universidade e ao curso de Geografia como também uma maior aproximação dos calouros ao PET – Geografia.

Henderson Neiva
Bolsista do PET – Geografia do IM/UFRRJ (MEC/SESu)





quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Classificação da seleção do PET- Geo 2015:

1-Flávia da S. Souza (Bolsista)
2- Willian S. da Rocha (Bolsista)
3- Alessandra Chaves Ramos (Bolsista)
4- Marcus Vinicius C. Aguiar (Colaborador)
5- Maiara Graziele de Rubim Lobato (Colaboradora)
6- Beatriz Monteiro Maravalhas (Colaboradora)
7- Romário Firmo de Oliveira
8- Pedro Alves
9- Pedro Henrique Dias Siqueira
10- Thales Gaspar de Mattos Reis
11- Odilon Cavalcante de Barros Júnior
12- Heitor Alberto Silva Pinto
13- Mariane do Rosário Silva
14- Leonardo Aragão Sousa
15- Fernanda Menezes
16- Matheus Lima de Albuquerque
17- Natália Lemos de Almeida


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

PET NO MAR II: Atividade de Integração no Museu de Arte do Rio.

O PET-GEO/IM convida os ingressantes do curso de Geografia para uma atividade de integração no MAR- Museu de Arte do Rio, com roteiro pelo Porto Maravilha e reconhecimento das contradições socioespaciais deste grande projeto urbano da cidade do Rio de Janeiro. Na próxima terça-feira, 25/8 vamos sair do IM (em transporte público) às 12:30.





A entrada no museu é de graça e deve durar das 14 às 17h, com certificado de participação.

Inscrição para seleção de bolsistas e colaboradores do PET-GEO/IM - PARTICIPE!

Para receber o Edital e Ficha de Inscrição para a seleção de bolsistas e colaboradores do PET-GEO/IM envie um e-mail para "petgeopet@gmail.com" e solicite sua inscrição.

O contato também poderá ser realizado através do Facebook na página PET-Geografia/IM UFRRJ.

Link da Página: PET-Geografia/IM UFRRJ

As inscrições ocorrerão até o dia 26 de agosto e os documentos deverão ser obrigatoriamente entregues, em envelope lacrado, na sala 205 do bloco administrativo da UFRRJ/IM - Nova Iguaçu, nos horários de 13h às 16h.

Edital disponível em http://r1.ufrrj.br/graduacao/paginas/home.php?id=PET





GEOGRAFIA E RESISTÊNCIAS Imaginários, discursos e práticas no território fluminense, uma parceria do PET-GEO IM e do COLETIVO de Ações Territoriais de Resistência.


Em breve faremos o lançamento do livro GEOGRAFIA E RESISTÊNCIAS, organizado por Anita Loureiro de Oliveira e Roberta Carvalho Arruzzo. O livro resulta das pesquisas e ações de ensino e extensão do PET-GEO e tem como autores os próprios petianos e bolsistas IC, numa parceria do PET-GEO IM e do COLETIVO de Ações Territoriais de Resistência. 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Integrantes do PET vão ao Debate: Remoções e Reformas Urbanas na Cidade Olímpica.



A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no dia 13 de maio de 2015, às 18h00 realizou o debate sobre: As remoções e reformas urbanas na cidade olímpica, contou com a presença dos palestrantes Guilherme Boulos (MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Maria de Lourdes (MNLM - Movimento Nacional de Luta pela Moradia) e Lucas Faulhaber (autor representante do livro “SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro Olímpico”, que foi lançado no dia.)


O Debate feito a partir do título da publicação do livro, pautado na denúncia e na crítica de ações para a realização de megaeventos na cidade do Rio de Janeiro. O livro aborda questões políticas e sociais acerca das remoções que estão ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro. A temática foi tratada de maneira crítica contra os agentes hegemônicos e o quão interferem, de maneira negativa, na vida cotidiana das classes de baixa renda, que por falta de condições, ocuparam e ocupam áreas de interesse para o capital. Com a ideia do Estado e de empresas privadas de transformarem a cidade em um grande produto para a geração de capital através de estratégias (como: Olimpíadas, Copa do Mundo), essas classes estão passando por pressões terríveis para saírem de seus lugares, onde (re)construíram identidades, laços afetivos, valores e histórias.


O diferencial do evento foi que todos puderam ter uma maior noção de como é a sensação das pessoas que estão sofrendo por esta lógica de remoções. O debate contou com a presença de vários moradores que sofreram com o processo de desapropriação ou estão na mira das remoções, eles puderam ter um espaço para falar de suas insatisfações e dar seu parecer sobre os acontecimentos\conflitos, parecer esse que foi de suma importância, pois, foi de quem vive na pele a dor e a luta para resistir frente à atual lógica capitalista de acumulação.


Todas as falas foram emocionantes, pois, muitas dessas pessoas só possuem suas moradias como bem para se abrigar e servir de abrigo para suas histórias e lembranças que foram construídas naquele lugar. Um dos moradores cantou o trecho de uma música, que revela o posicionamento de quem luta e de quem vai resistir, "do Rio de Janeiro eu não saio não!".




Disponível em: http://br.boell.org/pt-br/2015/05/09/lancamento-e-debate-sobre-remocoes-e-reforma-urbana-na-cidade-olimpica. Acesso: 23 de mai. de 2015 às 16h21.










Por: Flávia Souza - Discente Colaboradora "informal" do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM

quinta-feira, 14 de maio de 2015

PET -Debates:A produção do espaço: entre dominação e apropriação de Álvaro Ferreira

No dia 06 de maio de 2015 o grupo debateu o texto "A produção do espaço: entre dominação e apropriação" de Álvaro Ferreira (PUC-RJ/UERJ) com o objetivo de aprofundar o conhecimento no assunto e fortalecer as linhas de pesquisa do grupo.


Entre ocultação e a revelação a partir do espaço.
            Ao longo deste primeiro tópico, Álvaro Ferreira buscará introduzir as ideias sobre o espaço como algo oriundo de construção social ou socialmente produzido segundo o mesmo. Ele aponta que tal construção será referenciada pela estrutura que define o modo de produção e também a ação de agentes, culminando na materialidade que não dicotomiza a objetividade e subjetividade. A leitura da realidade se dá através das concepções de Henri Lefebvre sobre a forma, função e estrutura, articulando- as entre si para “desvelar o conteúdo socioespacial”. Utiliza os termos percebido, concebido e vivido de Lefebvre para elucidar sobre os simbolismos , representações das relações de produção e das mensagens hegemônicas do poder através das representações sociais de produção.

Entre a apropriação e a dominação
            Neste subtítulo, o autor busca apontar que o espaço urbano é produto, condição e meio do processo de reprodução das relações sociais e de produção se  materializando no espaço. Logo, se ele é produto das relações de produção, será constituído de forma desigual e para tal esclarecimento utiliza a Cidade do Rio de Janeiro como exemplo da reprodução desigual pelo conjunto de infraestrutura distribuída de forma díspar no espaço, mas por uma razão específica: o valor de uso e o valor de troca (em sua teorização de base marxista e na concepção da cidade mercadoria fruto do consumo do espaço e do espaço de consumo). Ao longo do debate desses dois conceitos, Álvaro Ferreira busca apontar o potencial envolvido em estabelecer o espaço social como valor de uso (utilizam os objetos) e o valor de troca (monetariza-se o objeto) . A cidade é então submetida à lógica capitalista de mercantilização, servindo aos desmandos do capital e sua reprodução possibilitando assim, a dominação e a apropriação está voltada ao valor de uso dado pelo cidadão estabelecendo o que Lefebvre denomina de “ordem próxima ( relação com o uso) e “ordem distante” (relação de troca). Durante o debate, esclarece que o domínio e a apropriação ocorre em esferas escalares diferentes, a primeira em nível local e a segunda em nível global, com o global determinando a ordem local.

Entre ativismos e movimentos sociais: ações para a transformação do espaço
            O debate nesse último tópico gira em torno do Estatuto da cidade formulado durante a constituinte que produziria a constituição de 1988 e suas determinações sobre a participação popular em sua formulação e acompanhamento da aplicação dos programas nele estabelecido, mas a crítica é voltada ao mecanismo de participação restringindo apenas a concepção dos planos diretores através de conselhos gestores que desagregam os movimentos sociais que naquele momento (final da década de 80 do século XX) estavam enfraquecidos e com lideranças que buscavam, segundo o autor, “avanços no plano técnico e político burocrático”, mas a finalidade do Estatuto das cidades era garantir a função social da propriedade que naquele momento se tornaria difícil devido a fragmentação social estabelecida por agentes da sociedade que  culminando na diversificação de demandas. Como modificar isso? O autor busca argumentar que é necessário retomar as lutas coletivas em nível global e local,não hierarquizado e agregados socialmente, negando como método a luta compartimentada voltada a necessidade de pequenos grupos, pois o “problema” é o mesmo para todos e a mobilização para alcançar a utopia seja preponderante as imobilidades que enfraquecem os movimentos.


FERREIRA,Álvaro. A produção do espaço: entre dominação e apropriação. Revista eletrónica de Geografia y Ciencias Sociales. Universidade de Barcelona, Barcelona,v. XI, n.245. Ago. 2007. Disponível em :<http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-24515.htm>. Acesso em : 28 de maio de 2015.





Por: Djalma Navarro - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM.
 

PET -Debates: Um fenômeno Urbano - Leandro Tartaglia

No dia 06 de maio de 2015 o grupo debateu três tópicos do segundo capítulo do livro Geograffitis, do autor Leandro Tartaglia, a fim de aprofundar o conhecimento sobre as formas de intervenção urbana, mais precisamente o Graffiti nas ruas do Rio de Janeiro.

O capítulo 2 intitulado “Um fenômeno Urbano”  fala sobre experiência e paisagem, nome dado ao primeiro tópico abordado. O autor começa com uma breve introdução explicando o seu primeiro contato com o Graffiti que se deu dentro de um ônibus a caminho da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, instituição na qual Leandro Tartaglia se graduou em geografia.

Leandro conta que seu trajeto de casa, na Tijuca, até a universidade poderia ser feito de metrô ou de ônibus, mas o mesmo preferia a segunda opção por conta do preço da passagem e principalmente pela paisagem. E foi em uma de suas inúmeras viagens pelo centro do RJ que Leandro passou a observar com mais criticidade os grafismos presentes na paisagem urbana, realizando assim o seu primeiro contato de forma indireta com o então desconhecido Graffiti.

Para Leandro, o Graffiti era familiar por conta da sua relação com o Hip-Hop o que comumente é associado a localidades e personagens marginalizados da sociedade, portanto, o Graffiti era visto como um ato de vandalismo, assim como a pichação, a qual o autor não parece deixar de relacionar durante o texto.

A dúvida quanto classificar o Graffiti como vandalismo passou a permear o autor no momento em que ele passa a observar detalhadamente o cuidado estético e artístico que essas obras apresentavam, e foi então que ele passou a pensar nos sujeitos que praticavam aquela ação. Em que horários eles praticavam? Por qual motivo? Quem eram esses sujeitos?

E durante essa investigação ele conclui que estes sujeitos, os grafiteiros, responsáveis pelas intervenções urbanas são ao mesmo tempo influenciados pela realidade urbana em que vivem, e essa intervenção é uma forma de questionamento, de resposta à essa realidade, bem como uma prova de territorialidade e existência. A partir deste momento o autor começa a trabalhar os conceitos geográficos como paisagem e território, analisando com criticidade as ações destes sujeitos.

O graffiti é visto como uma intervenção artística dotada de significados que expressam a experiência urbana, capaz de exercer influência sobre o cotidiano de muitos transeuntes da cidade. Por esta capacidade de influenciar que o Graffiti busca espaços da cidade com grande visibilidade tanto de pedestres, motoristas ou passageiros a fim de promover uma reflexão que não é repassada nos grandes canais de comunicação.

Adentrando na ideia da Visibilidade que o autor passa para o segundo tópico do capítulo 2, caracterizando a visibilidade como um recurso fundamental na relação do graffiti com a paisagem urbana, principalmente para os sujeitos que vivenciam a cidade cotidianamente, trazendo a ideia de espaço vivido.
A visibilidade da paisagem é um recurso de comunicação de tamanha importância que desperta o interesse de diferentes setores, bem como publicitários, artistas, políticos, vândalos, entre outros. Todos em busca do poder de influencia que a paisagem possui, criando-se assim a Polifonia, como afirma o autor, trata-se da disputa de interesses distintos, ou mesmo antagônicos, pela visibilidade.

Um exemplo do poder de visibilidade do Graffiti ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em 2008 quando a prefeitura através da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) pintou muros e pilares dos viadutos no centro da cidade, escondendo todas as obras de arte ali expressa, demonstrando uma incongruência ideológica entre a prefeitura e os grafiteiros.

Terminamos o debate do texto no terceiro tópico que fala sobre a percepção da paisagem urbana, que trabalhamos durante toda a leitura do texto, facilitando assim uma boa compreensão da parte final.
O autor exemplifica o papel da memória quanto aos “flash’s” que o Graffiti proporciona durante as rápidas viagens pela cidade, e que mesmo que por uma fração de segundos a imagem vista passa a ser processada durante todo o dia na mente dos sujeitos que observam a paisagem.

A paisagem pode ser observada de diferentes maneiras, de acordo com o olhar de cada pessoa, como exemplo a visão do Geografo e do grafiteiro para com a mesma paisagem, mas que ambos buscam características diferentes, enquanto um busca analisar as expressões políticas, o outro por vezes busca reconhecer os sujeitos por trás dessas ações.

E por fim o autor conclui com a afirmação de que “... o graffiti imprime na paisagem suas marcas, o que permite a representação da territorialidade dos grafiteiros (bem como de outros sujeitos) pela construção material e simbólica de imagens.”.



Por: Yago Oliveira dos Anjos - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM


quarta-feira, 13 de maio de 2015

PET -Debates: O Geográfo na luta pela cidade como direito. - Arlete Moysés.

No dia 29 de abril de 2015, o grupo PETGEO\UFRRJ-IM realizou a leitura e debate sobre o texto “O Geógrafo na luta pela cidade como direito”, da Professora livre-docência  Arlete Moysés Rodrigues da Unicamp. 
            A autora em seu artigo apresenta elementos sobre algumas noções e características que estão presentes na cidade, numa pespectiva contempôranea, tanto nas formas em que o capital se expande no urbano como nos embates\conflitos que são travados em prol do direito coletivo. A luta pela cidade se dá segundo a autora pela a produção coletiva da cidade que se deve ter e, o direito está relacionado à apropriação coletivo da cidade.
            O processo de urbanização originou-se do avanço do capitalismo, até a década de 70 do século XX havia uma relação direta entre ambos. A cidade tem sua força produtiva, e torna-se o lugar onde predomina a acumulação de capital, os excedentes de capitais aplicados atualmente no espaço urbano estão imbricados com o processo de financeirização da economia, que tem como resultado a luta de classes e aumenta as desigualdades entre os dominadores (em vista da retomada de sua hegemonia) e os dominados (em vista dos impactos profundos que sofrem com o processo).
             Rodrigues levanta vários questionamentos, sobre quem são os produtores da cidade e qual é a sua participação na produção da cidade:
“Quem edifica a cidade não é tido como agente produtor do urbano, A cidade é entendida como se fosse resultante apenas da ação de proprietários das terras, dos incorporadores imobiliários, da indústria, da indústria da construção civil, do Estado e do capital financeiro”. (2013, p. 6)  

   A todo momento, tanto na história como na sociedade, há à omissão dos construtores da cidade que se valem do valor de uso (valor necessário para suprir necessidades e estabelecer relações sociais e afetivas), em vista dos produtores do espaço desigual que se valem do valor de troca (valor de mercado, para obtenção de mais capital) que gera a fragmentação. O direito à cidade implica colocá-lá com uma ótica predominante do seu valor de uso para que todos possam usufruir da riqueza socialmente produzida, pois, ao invés de ver cada pedaço da cidade como valor de troca, devemos pensar em sua totalidade como valor de uso.
Para autora, o papel do geógrafo é de desvendar as formas pelas quais as ideologias dominantes oculta as contradições e conflitos, e considera o padrão de vida urbana como sinônimo de qualidade de vida e esconde a importância do espaço, das classes sociais, dos produtores reais e concretos da cidade. E que para avançar na análise e na práxis, é necessário pensar se dispomos de instrumentais adequados para: analisar, compreender e interagir, no atual momento, objetivando desvendar as contradições, os conflitos e os confrontos que ocorrem no espaço.
Ela também aborda pontos importante do Estatuto da cidade como a função social da cidade e da propriedade urbana, ressalta a  participação e a importância dos movimentos populares que lutam pelo o direito à cidade, como os que lutam pela a moradia na produção (tentativa de produção) de um espaço mais social e coletivo. Os movimentos que lutam pela cidade como direito querem ver predominar o valor de uso e, o direito a cidade é uma bandeira de luta e utopia. 
A cidade como mercadoria é perversa, pois, para vender se esconde a miséria, a pobreza, a falta de moradia adequada, de saneamento básico e de transportes coletivos de qualidade. A imagem da cidade esconde a realidade contraditória, e nos revela que os problemas das e nas cidades mostram o sucesso do modo de produção capitalista e não seu fracasso, efetua-se ao mesmo tempo a produção de riquezas para uns e da pobreza para a maioria. A cidade mercadoria aparece como o sujeito da história, projeta-se o que considera qualidades da mesma onde parece nada faltar e, parece ser autônoma até mesmo das relações do processo de produção, mas é abstração porque é dependente de fatores para sua produção e reprodução.
Rodrigues diz sobre as conferências e os conselhos das cidades que são conquistas dos movimentos populares urbanos que, ao longo de muitos anos, procuram colocar a cidade real na agenda pública, assim como foi obtido com a criação do Ministério das Cidades em 2003. E afirma ainda, que as conferências fortalecem as lutas urbanas contra as desigualdades e a segregação e os conselhos agem como o interlocutor das propostas aprovadas em plenárias, ampliando a representação.  
.  Por fim, ela ressalta a importância da participação dos geógrafos em todas as instâncias que dizem respeito à produção da cidade, pois, é necessário compreender a dinâmica da produção e reprodução do espaço e colocar em relevo o espaço que tem sido ocultado pela a ideia de desenvolvimento e de progresso que poderá ocorrer com o tempo. “Se compreendermos a importância do nosso objeto de estudo, poderemos, quem sabe, ajudar a mudar o mundo e depois, como disse Brecht, mudar o mundo mudado” (RODRIGUES, 2013, p. 19). 

 


Por: Flávia Souza - Discente Colaboradora "informal" do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM

PET - Debates: Que cidade é essa? - Guilherme Boulos

No dia 29 de abril de 2015 o grupo debateu o segundo capítulo " Por que ocupamos? Uma introdução à luta dos sem-teto." do livro "Que cidade é essa?" de Guilherme Boulos.

O autor procura evidenciar no texto, alguns fatores que influenciaram para o desenvolvimento desigual das cidades enquanto um espaço caótico e dotado de complexidades, trazendo um histórico de fatos importantes, como a industrialização enquanto fator principal para a atração das pessoas que antes viviam no campo, para a cidade.

Guilherme Boulos chama atenção para a inexistência de periferia no início do processo de industrialização, demonstrando que a ideia de distanciar as pessoas mais pobres do centro, se tornou algo mais frequente ao longo do tempo, sustentado pela burguesia da época. Alguns exemplos no território brasileiro são utilizados para ilustrar como as periferias se consolidaram

A especulação imobiliária é retratada no texto como algo promovido pelos grandes proprietários de terras e amparada pelo Estado, que legitimava a ação desses sujeitos detentores do capital, através do fornecimento de infraestrutura e outros aparelhos que davam sustentação a um terreno antes desvalorizado, fazendo com que o mesmo aumentasse o seu preço a partir da chegada de todo esse aparato, tornando mais difícil a permanência de pessoas mais pobres nesses locais. Boulos ressalta que essa situação piorou ao longo do tempo, bem como o apoio do Estado se fez maior também, dificultando a criação de moradias populares e o benefício do Minha Casa, Minha Vida. Para contribuir para esse debate, o autor cita alguns exemplos como o Rio de Janeiro e São Paulo, demonstrando que a valorização desses imóveis aumenta seu valor inclusive em áreas mais periféricas como Campo Grande no Rio de Janeiro e Perus em São Paulo.

Há no fim do texto, o alerta para a aliança entre o capital privado e o Estado, elucidando a ideia de que as empresas possuem forte influência sobre as ações tomadas pelo poder público, já que o mesmo muitas das vezes possui o financiamento privado para campanhas, entre outras situações.

O fim do texto é composto por uma crítica a diferentes processos que ocorrem em cidades segregadas, como o forte aparato de coerção do Estado em áreas mais pobres, promovendo o extermínio de determinadas populações, principalmente os negros e pobres





Por: Felipe Rodrigues - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM..




PET CONVIDA - Francisco. - Considerações.

Nos dias 09 e 16 de abril, o PET- Geografia teve a honra de receber  para participar de sua  atividade denominada “PET convida” o professor  Francisco Chagas do Nascimento Júnior (UFRRJ-IM/DES)  para discutirmos e refletirmos sobre o conceito de território através da história do pensamento geográfico e nos debates acerca das problematizações que tal conceito apresentava e para tal , os encontros foram intitulados “Território: da teoria à concretude do uso do território nos países subdesenvolvidos  . A reflexão nos dois encontros se deu a partir  das colocações do professor Francisco Chagas e indicações bibliográficas feitas pelo mesmo a fim de  embasar nosso debate sobre território.
            Nos dois dias de debates , Francisco Chagas buscou indicar que modo o conceito de território estava sendo utilizado na atualidade, principalmente nas políticas públicas e nos anos 90 como um método de planejamento setorial, a fim de demonstrar que o poderíamos ter território ou territórios, apresentando o esvaziamento em torno do sentido e do conteúdo histórico, assim , buscando entender a construção do território a partir de sua origem, demonstrando o quanto as relações de poder, dominação social dos homens e dos lugares estavam presentes nas primeiras concepções e formulações sobre o conceito discutido durante os encontros. O território seria então nessas primeiras impressões o local onde se exercita o poder e é a expressão geográfica da expressão do poder e a diante faz apontamentos sobre Ratzel, sua antropogeografia e o território, expressando sua formulação de espaço vital (sob uma visão naturalista) e como era ideologicamente utilizado para a dominação de espaços para a reprodução de um povo e pelo progresso oriundo dos desfruto dos recursos disponíveis e a acirrada competição por  domínios de terras longínquas diante da lógica imperial estabelecida neste momento.
            O debate segue com as discussões sobre o papel geopolítico do território esclarecendo assim que o Estado formado é fragmentador do espaço geográfico e impera diante de uma soberania relativa devido a instabilidade territorial que resguarda os Estados e também devido a sua abertura aos fluxos econômicos que abrem suas barreiras para diversos agentes. Tal abertura mostrará a interdependência dos territórios nos espaços de investimentos acarretando nas concepções de Gothman sobre o espaço trampolim e o espaço de segurança (abrigo) e em seguida aponta como se diferencia os agentes sendo:paradigmáticos ( pensando nos fins ) e o sintagmáticos (surgem de relação espontânea. Diante desta configuração, estabelece as relações de poder e a constituição das territorialidades , saindo da mão exclusiva do Estado no campo material e passam para aos agentes que dinamizam o lugar voltado ao campo do simbólico e do imaterial.
            A partir da década de 70 do século XX, ocorre a revisão do conceito de território buscando fazer a releitura das relações de poder estabelecidas através não mais na esfera política apresentando nova abordagem teórico- conceitual demonstrando que ocorre uma produção de códigos e símbolos na hierarquização e relações de poder e que a dominação agora ocorre de forma “sútil” dos lugares e das pessoas nos níveis cultural com a mass media e econômico através dos mecanismos de dominação interestatal e a relação agora fundamenta-se na relação entre ações dos agentes econômicos e da formação de territórios não institucionalizados, mas que utilizam mecanismos estatais para regular a territorialização. Com a aplicação do método fenomenológico nas concepções  sobre o conceito de território, o mesmo visa  o reconhecimento do local de ação, simbólico e de pertencimento remetendo- se ao eu no s recortes dos microterritórios que são territórios significados por um grupo.
            Ao final busca apresentara as novas concepções modernas sobre o conceito discutido ao longo dos dois encontros fundamentados na formação de blocos regionais e nas células supranacionais, findando assim, no território rede (grupo híbrido que carrega contigo os elementos   de cultura de um território), desterritorialização e multiterritorialidade (uso de espaços diversos).




Por: Djalma Navarro - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM.




quarta-feira, 15 de abril de 2015

PET CONVIDA - Francisco ²

Com o sucesso do último PET Convida Francisco, o grupo resolveu fazer mais um edição com o nosso querido professor Francisco Nascimento.

Não perca a oportunidade de participar deste debate com gostinho de Café!

Quando? 16 de Abril

Sala? 205 bloco administrativo

Horário? 13:30





terça-feira, 7 de abril de 2015

PET -Debates: O Consumo do espaço - Ana Fani Alessandri Carlos

No dia 01 de Abril de 2015 o Grupo PetGeo/UFRRJ- IM realizou a leitura e debate sobre o texto '' O consumo do espaço'', de Ana Fani Alessandri Carlos, fortalecendo nossa compreensão sobre o assunto.
A autora começa o texto fazendo uma relação com a globalização e as mudanças comportamentais que irão legitimar de forma ideológica a mercantilização do espaço. Ela deixa explicito que essa nova mentalidade está baseada no uso da razão como principal discurso vigente, e que essa racionalidade vai influenciar no modo como as pessoas vão viver suas vidas e consequentimente como elas vão se relacionar com o espaço. Em uma escala global, a globalização vai gerar a mundialização do capital e com isso a ordenação e hierarquização do espaço mundial.

            A relação do consumo dos objetos vai ganhar uma nova lógica, consumiremos não mais o objeto por ele mesmo, mas sim pelo que ele representa dentro da lógica do mundo moderno. E com o espaço não será diferente, ao invés de usarmos o espaço entramos na lógica mercadológica de consumir por meio da ideia de espaço- mercadoria, como aponta a autora ao afirmar que “cada vez mais se compram e se vendem pedaços do espaço para a reprodução da vida.” (FANI, 1999, P.175), fazendo com que seu acesso seja regulado pelo mercado e não mais pelas relações cotidianas.  

            O espaço que se faz globalizado se fragmenta quando colocado como mercadoria, ele é apenas globalizado no sentido das estratégias que serão aplicadas no mesmo, nesse caso ele se hierarquiza na escala global e se fragmente na escala do uso. Nesse contexto, o uso fica pautada nos parâmetros da sociedade moderna e globalizada que organiza a cidade na ótica do urbano, criando novas aparências e estéticas de como as cidades devem ser. 

            Quando a autora vai dar exemplos da mercantilização do espaço na escala global, o turismo aparece como destaque na venda dos espaços. Ela nos alerta para a efervescência do mercado imobiliário, ao criar espaços estandardizados que atraiam os olhares e atenção do mundo para a visitação do local, mas que vai trazer uma desordem no cotidiano, pois vai se tornar um espaço acessível apenas para aqueles que podem consumir.

            Analisando na escala do lugar, a autora usa como ponto de partida o lazer na metrópole, justifica sua escolha pelo lazer ser “uma atividade que redefine singularidades espaciais e reorienta seu uso com novos modos de acesso.” (FANI, 1999, P. 181).  Ela vai falar que a necessidade de seguirmos a cultura do urbano faz com que se diminua cada vez mais os espaços públicos de socialização e o acesso ao mesmo, fazendo com que a estrutura das cidades destruam por meio da materialidade imposta os espaços de socialização. Ela vai falar que essas mudanças vão gerar
“modificações profundas na vida cotidiana. Pelas mudanças que são impostas aos trajetos, ao ritmo dos passos, as possibilidades do encontro e do acaso. Nesse processo se diluem ou se destroem os referenciais urbanos indispensáveis à manutenção da identidade entre o cidadão e a cidade. Cada vez mais marcados por uma relação espaço-temporal dominada pela mercadoria.”
(FANI, 1999, P.181-182).

A autora vai nos atentar, por fim, que o uso dos espaços guarda a dimensão da vida, que neles podemos entender como a sociedade ser organiza expressando seus hábitos e costumes no mesmo. Fani (1999, p.185) fala que o espaço foi produzido para que as pessoas vivam nele no contexto urbano, e afirma que ao mercantilizarmos o espaço as relações que se estabelecem nesse contexto se tornam fruto de um produtivismo que o transforma em apenas uma distancia a ser percorrida. Nessa lógica, a reprodução do espaço se evidencia pela troca e não mais pelo uso.
           



Por: Camila Marcondes - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM.




            

PET - Debates: A produção do espaço - Sônia Barros

No dia 01 de Abril de 2015 o Grupo PetGeo/UFRRJ- IM realizou a leitura e debate sobre o texto '' A Produção do espaço'', de Sônia Barros, fortalecendo nossa compreensão sobre o assunto.

O presente texto pretende dar um aprofundamento teórico aos petianos nos seus artigos, para a publicação do primeiro livro do grupo, que estão em reta de conclusão.

A produção do espaço - Sonia Barrios

A autora traça primeiramente os processos que levarão à produção do espaço. São eles humanos de atribuição de valor, poder e de significado. Gerando produtos neste espaço, respectivamente, econômicos, políticos e semânticos (cultural-ideológico).

Na mistura destes saem também os produtos globais. Assim, temos o espaço físico socialmente transformado que é um resultado destes. Nada mais que uma relação espaço/sociedade. 

O espaço é caracterizado como funcional e nasce da incidência do fator distância na estruturação dos nexos entre homens/homens e homens/objeto materiais, aliado à necessidade de reprodução biológica e social. O espaço cumpre duas funções: o de objeto da atividade humana (recursos naturais) e o de como suporte (meio ambiente). O espaço é ainda produto das relações sociais, modificado, faz parte da totalidade relacional; determinado estrutura.

A autora parte para as definições e relações entre o espaço e as práticas econômicas, as políticas e as cultural—ideológicas.
As práticas econômicas e o espaço
As práticas econômicas são um conjunto de ações sociais que tenham por finalidade a produção, a distribuição e o consumo de meios materiais. Deposição de valor - de uso (qualidade, do para que serve) e de troca (quantidade). Realizam-se com base em técnicas (tecnologia) e relações entre os humanos.

As formações sociais têm hoje uma adaptação ativa, isto é: transformação da produção de bens materiais e adequação do meio ambiente às necessidades individuais e às de grupos.

O espaço sociocultural se explica pela apropriação histórica dos excedentes da produção por certos indivíduos em detrimento de outros. O espaço modificado é, portanto, produto intencional e não-intencional de uma ordem estabelecida.

A detenção do saber também é uma forma de dominar e historicamente foram.

As práticas políticas e o espaço
As práticas políticas têm por finalidade a conquista ou a detenção do poder. O Estado está entre; sempre se inserindo dando um caráter classista. Também mantém a ordem estabelecida das classes dominantes, mesmo que tenha que ceder às pressões das classes subordinadas. Instituições, também, se apóiam no Estado. Este viabiliza duas formas de legitimar suas ações:

Autoridade à produzir conhecimento (ex.: científico) e /ou por força contingente militar para afirmar a autoridade/dominação
Domínio à aceitação no direito de garantir a inviolabilidade do indivíduo, do lar, da nação.
Depreende-se das práticas políticas uma prática de dominação, apropriação, uma característica do nexo sociedade/espaço físico(natureza).
As relações de dominação são históricas e se complexificam pela evolução. 

Compartilhamento científico (saber) em parte para prejudica a emancipação do caráter colonial mais visível outrora.

Caráter ideológico na formulação de infra-estruturas e legitimar o ordenamento jurídico são funções atribuídas ao Estado. Dar coesão interna a sociedade e resolver as contradições de classe. O Estado cria espaço geopolítico pela divisão territorial para facilitar a administração, de modo hierárquica (município-distrito-entidade-nação). Um domínio político formal. A burguesia, por outro lado, não reconhece fronteiras em virtude do seu capital.

 O Estado dá as condições para os fixos com políticas planejadas. Os movimentos sociais estão no limite e são freqüentemente desviados dos seus objetos de reivindicação.
As práticas cultural-ideológicas e o espaço

São práticas orientadas para:
a) desenvolver responder às indagações do homem;
 b) gerar representações, valores, interesses, modelos, aspirações, mitos, crenças independentes – que mantenham ou não as relações vigentes;
c) difundir pelos meios de comunicação simbólicos.
A infra-estrutura determina, dá base aos fenômenos da superestrutura. Difusão de mensagens, vínculos interpretáveis:  a) texto ; b) processos observáveis e c) a organização de espaço social.
Suporte para o sagrado. O surgimento de novas idéias, valores e objetivos sociais conduzirá sempre uma reformulação do uso, desenho e conteúdo das formas espaciais.
Espaço construído: um conjunto de materiais valorados, apropriado pelas práticas políticas e constituído de significações.
Espaço físico: condiciona.
Espaço social: manifesta, opera.

Propõe um novo esquema metodológico para o estudo do espaço. Este, por fim é de aparentemente técnico, essencialmente social. O elemento estruturante são as relações de dominação históricas. Dinâmico o espaço é um instrumento material.





Por: Kleber Mattos - Colaborador do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM.