quarta-feira, 29 de maio de 2019

RELATOS DOS TEXTO DE LEITURAS DO GRUPO

Relato capítulo 1 – Pedagogia engajada - Bell Hooks
No dia 29/05 o grupo deu continuidade ao livro Ensinando a transgredir da Bell Hooks. Neste capítulo, a autora inicia o texto discorrendo sobre a “Educação como prática da liberdade” e quem são os educadores dispostos a se voltar para esse processo de aprendizado. Para ela, seriam aqueles que entendem que o ato de ensinar é mais do que compartilhar informações, mas parte de um aprendizado que respeite, que perceba os alunos em sua completude, tanto no sentido intelectual quanto espiritual, onde eles devem ser sujeitos ativos do conhecimento e não passivos, não é apenas a opinião do professor que prevalece. É de fato a construção de um aprendizado que coloca como relevante mais o trabalho coletivo do que o individual. 
Mais adiante, Hooks relata como a obra de Paulo Freire serviu de inspiração para que ela lutasse contra um processo de aprendizado que estava mais parecido com uma linha de produção do que necessariamente uma sala de aula. Além de Freire, ela cita o budista Thich Nhat Hanh, que percebe o professor como um curador, que precisa estar bem consigo mesmo para ensinar. E é nesse bem-estar que a pedagogia engajada dá ênfase, onde o professor deve estar em processo constante de “autoatualização”.
Confessa  que foi na graduação que ela percebeu uma certa ingenuidade da sua parte, pois ela via que as preocupações acadêmicas estavam muito mais voltadas ao que ela poderia produzir do que com o seu bem-estar. O professor dentro desse sistema é objetificado e fragmentado, o que de fato importava era a capacidade do docente concluir da melhor forma seus trabalhos acadêmicos. Hooks (2013, p.29) coloca que
Isso queria dizer que pouco importava que os acadêmicos fossem drogados, alcoólatras, espancadores da esposa ou criminosos sexuais; o único aspecto importante da nossa identidade era o fato de nossa mente funcionar ou não, ou sermos capazes de fazer nosso trabalho na sala de aula. 
Em suma, as reflexões que fizemos ao longo da discussão deste texto, nos fez perceber que a nossa atuação enquanto grupo tem caminhado para a construção de uma pedagogia engajada, pois é diante de um cenário de enrijecimento, de negação, que temos encontrado em nossas reuniões um lugar onde podemos expor nossas angústias, nossos anseios. Temos nos tornado lar, espaço de acolhimento, que segue um caminho contrário aos padrões hegemônicos da academia, pois todo o nosso corpo tem importância e não partes dele.
Relato por: Francine S.


quarta-feira, 22 de maio de 2019

RELATOS DE TEXTOS DE LEITURAS DO GRUPO

Relato: Manu e Tháyla ESCOBAR, Arturo. O lugar da natureza e a natureza do lugar: globalização ou pós-desenvolvimento. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, p. 133-168, 2005. 

O presente texto parte da ideia da compreensão e importância do conceito de lugar no que tange a produção cultural, etnográfica dentro da condição moderno colonial. Esse conceito quando tratado de forma “básica”, traz a ideia de lugar enquanto ser e conhecer considerando as formas de existências, em contrapartida ele traz o lugar enquanto construção dentro da globalização econômica. Entretanto essa construção dentro dos parâmetros moderno-coloniais esvazia o conceito, limitando a construção de identidade e pertencimento. Quando tratamos da relação com o lugar enquanto “natureza selvagem”, o autor nos mostra como invisibilizamos a natureza enquanto sua autonomia mostrando como o próprio de conceito de natureza é uma construção social. Diante disso, é possível enxergar a não necessidade de separação entre natureza e sociedade, que é um aspecto capitalista. (22/05)

quarta-feira, 15 de maio de 2019

RELATOS DOS TEXTOS DE LEITURAS DO GRUPO

Relato do texto da Bell Hooks cap 1.

A minha sugestão da leitura desse livro em uma de nossas reuniões, nasceu de uma curiosidade particular de conhecer e estudar autoras e autores negros. Durante a maioria dos anos da minha graduação em geografia sempre tive contato com muitos autores que debatiam diversas questões importantes, porém, nunca consegui sentir proximidade ou afetividade com o que era dito pois esses autores sempre foram muito diferentes de mim (homens, héteros, brancos). 
Por isso, comecei a buscar, no meu tempo particular, conhecer alguns autores e autoras negras que falassem dos mesmos temas, com uma discussão muito mais racializada. No meio dessa busca por auto reconhecimento nas obras, encontrei Bell Hooks. 
Gloria Jean Watkins, mais popularmente conhecida como Bell Hooks, é autora, feminista negra, artista e ativista social. Publicou mais de trinta livros e numerosos artigos acadêmicos, apareceu em vários filmes e documentários, e participou de várias palestras públicas. 
Suas obras incidem principalmente sobre a interseccionalidade de raça, capitalismo e gênero. Numa perspectivaanti colonial, anti racista e contra hegemônica, e influenciada pela pedagogia crítica de Paulo Freire, aborda raça, classe e gênero na educação, arte, história, sexualidade, mídia de massa, dentre outros assuntos. Essa inspiração em Paulo Freire originou um de seus primeiros livros chamado: “Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade”, que é tema principal deste relato. 
O livro “Ensinando a Transgredir: a educação como prática de liberdade” relata algumas das experiências da autora como aluna e professora nos Estados Unidos. Hooks faz fortes críticas ao sistema educacional metodológico e enrustido, que não leva em consideração o cotidiano e a vivência dos alunos. 
Bell Hooks analisa a sala de aula como o campo do constrangimento, porém também como um campo de liberdade.  Como professora, ela constatou que muitos professores apenas enchem os alunos de conteúdos acadêmicos sem nenhuma ligação com a realidade e conservam assim, o machismo, o racismo e o sexismo dentro das escolas.
A educação como prática de liberdade busca romper os muros criados pelo sistema hegemônico na educação. É uma pedagogia engajada e inovadora, mas que precisa que todos estejam abertos para essa mudança. Como diz: 

[… A academia não é o paraíso, mas o aprendizado, é um lugar onde o paraíso pode ser criado. A sala de aula com todas suas limitações continua sendo ambiente de possibilidades. Nesse campo de possibilidades, temos a oportunidade de trabalhar pela liberdade, exigir de nós e de nossos camaradas uma abertura da mente e do coração que nos permite encarar a realidade ao mesmo tempo em que, coletivamente, imaginemos esquemas para cruzar fronteiras, para transgredir. Isso é a educação como prática da liberdade…] HOOKS, 2013.pág. 273.

Relato por: Queila Romualdo


terça-feira, 7 de maio de 2019

PET PARTICIPAÇÕES: Participação na aula da graduação.



No dia 18 de março, o grupo Pet Geografia esteve presente na aula da disciplina trabalho de campo lecionado pela nossa Tutora Anita Loureiro. Colocamos um pouco das nossas experiências que adquirimos na comunidade de São Gonçalo Paraty, e expomos o último trabalho que foi realizado com a comunidade, o Mapa do Turismo de Base Comunitária.


Explicamos um pouco dos processos, como o mapa foi elaborado, as dificuldades, as limitações e principalmente as contribuições dos moradores da comunidade. Em suma, fizemos questão de enfatizar a importância do trabalho de campo para a pesquisa acadêmica, pois por mais que leituras a  priori sobre o lugar houvessem sido feitas, o campo nos proporciona sempre um novo olhar, novos aprendizados e experiências que não estão escritas em livros ou textos acadêmicos, e também nos permite ter uma maior aproximação.














Relato feito por: Francine Lins (Bolsista PETGEO)

PET PARTICIPAÇÕES: Peça "Greta Garbo: Quem diria chegou no Irajá!", estrelada por Thiago Cardoso (integrante do Grupo PET-GEOGRAFIA/IM)


No dia 16 do mês de março de 2019, os integrantes do grupo PET-Geografia; Mateus Duarte, André Tavares, estavam presentes na estreia da peça "Greta Garbo: Quem diria chegou no Irajá!", estrelada por Thiago Cardoso (integrante do Grupo PET-GEOGRAFIA/IM), Tatiana Lucckesi e Jonatas Henrique.
Escrita por Fernando Melo, segundo Arivaldo Sacramento de Soza, “Nas tramas de Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá: crítica filológica e estudo de sexualidades”, em sua tese apresentada ao Programa de Pesquisa e Pós-graduação em Letras e Linguística, Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, o texto: “dramatiza uma relação homoerótica conturbada entre um enfermeiro idoso e um jovem desabrigado do interior do Rio de Janeiro – tem sido encenada desde a década de 1970 com grande repercussão no cenário artístico nacional brasileiro, inclusive, surpreendentemente, no contexto político sob o qual o Brasil viveu o regime de epressão ditatorial militar.”
Destacando um ponto importante nesse recorte espaço-temporal, do Rio de Janeiro em plena ditadura militar, onde a arte era uma das maiores formas de resistência, e muitos artistas tiveram que pagar com a própria vida para garantir hoje a liberdade de um estado democrático de direito - ameaçado - é que objetiva-se traçar um paralelo sobre os espaços que esse conteúdo artístico-político era representado, e onde ele está em cartaz atualmente no estado do Rio de Janeiro.
A peça protagonizada pelo integrante do PET-GEO, Thiago Cardoso, está em cartaz na Praça CEUS, conhecida também como praça dos meninos, localizada no município de Nilópolis, no bairro Cabral, onde, segundo o secretário de cultura do município há próximo da praça pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, e que frequentam o teatro naquela praça, o que evidencia a arte em sua forma mais pura, que seja alcançada por todos os públicos, tocando em assuntos tão importantes para a sociedade como foi tratado no espetáculo.
Após a estréia houve uma roda de conversa mediada pelo bolsista André Tavares com os debatedores: Pedro Henrique - assessor do prefeito municipal; Antônio Costa - Secretário de cultura de Nilópolis;  Inês Simpliciano - superintendente dos conselhos municipais; Cezar Renato- superintendente da diversidade sexual de Nilópolis; Paulinha Única - superintendente da diversidade sexual de Mesquita; Alex Teixeira - Ator do Coletivo peneira; Edivaldo Barros - Diretor da Escola Municipal Antônio Pereira Guimarães; Adilson Farias - Ex presidente da Câmara Municipal de Nilópolis; onde foi possível pensar sobre como a educação e arte, e a educação através da arte pode proporcionar o combate a violência TLGBI+, e a luta por políticas públicas para TLGBI+ e a expansão da arte na periferia.
A imagem pode conter: 3 pessoas, incluindo Thiago Cardoso, pessoas sorrindo, pessoas em pé
Escrito pelos Bolsistas André Tavares e Matheus Duarte.