O
grupo PET-GEO do IM/UFRRJ organizou o evento “Encontro Juventude e Metrópole
2015” para o lançamento de um trabalho fruto de uma construção coletiva de
conhecimentos: o livro “Geografia e Resistências: Imaginários, discursos e
práticas no território fluminense”. É uma publicação realizada pelo o próprio
grupo que une trabalhos de uma geografia voltada aos sujeitos negados,
negligenciados, silenciados. Sujeitos que resistem diariamente para poderem
(sobre)viver contra as adversidades que lhes são impostas diariamente. Para
além do lançamento da obra, o evento realizou a exibição do filme “A Batalha do
Passinho” com o diretor Emílio Domingos.
Ocorreu em dois dias consecutivos,
09 e 10 de setembro, na UFRRJ/IM. No 1º dia, a programação se destinou a fazer
a apresentação de três pesquisas que compõem o livro. Cada apresentação foi
acompanhada de riquíssimos comentários feitos por debatedores convidados, além
das contribuições manifestadas através de perguntas realizadas pelo público.
A primeira pesquisa apresentada foi
“Durismo ostentação: táticas de apropriação popular do espaço turístico de Ilha
grande – RJ”, autores: Camila Fernandes de Oliveira Marcondes, Djalma Navarro
dos Santos, Filipe Emanuel da silva, Kleber Mattos Pavão Cypriano e Nathália de
Oliveira de Sousa. A apresentação mostrou o objetivo do trabalho; sua temática;
o sentido do “durismo”; quem é o durista; como o processo de ostentar está
ligado à apropriação do espaço turístico.
A convidada
escolhida para debater a pesquisa foi a Profª. Drª Teresa Cristina de Miranda
Mendonça (Turismo - UFRRJ/IM), que tem pesquisa ligada ao espaço de Ilha Grande que serviu como referencial teórico para o artigo do livro. Teresa gostou bastante da pesquisa,
disse que o texto está bem escrito, que adorou a ideia da ostentação para
subsidiar a ideia do trabalho, entre outras contribuições.
Foto 1 – Apresentação da pesquisa sobre Ilha Grande
A segunda pesquisa apresentada foi
“Transformações sócio-espaciais no Morro da Providência: a interferência de
projetos hegemônicos no cotidiano”, autores: Carolina Peres, Bruno Pereira,
Gabriel Martins e Rafael Romano. A apresentação mostrou o objetivo central da
pesquisa, que foi a análise do como as interferências que estão ocorrendo na
área portuária do Rio, através do projeto Porto Maravilha, estão atingindo
negativamente os moradores do Morro através das ações verticalizadas do Estado
em conjunto com agentes privados. Os convidados a debaterem foram Roberto Gomes
dos Santos (Graduado em Ciências Sociais pela LEC/UFRRJ e remanescente da
Ocupação Quilombo das Guerreiras), Prof. Dr. Francisco das Chagas Nascimento Jr
(UFRRJ/IM) e Cosme Vinícius Felippsen (morador do Morro da Providência).
Roberto fez seu trabalho de monografia com base em Políticas Públicas de
Pacificação, no caso específico do Morro da Providência, contribuindo imensamente
para a pesquisa do livro como referencial teórico; ele e Cosme foram as vozes dos
sujeitos da resistência, pois lutam por ter garantias de moradia, por dignidade
e respeito. Cosme deu seu relato como morador da Providência, através de música
e poema, expressou sua indignação com o atual cenário do Morro, mas também nos
trouxe relato de vitória – ações de resistência por parte de alguns moradores
salvaram cerca de 500 famílias da remoção -.
Foto 2 – Apresentação da pesquisa sobre o Morro da
Providência
A terceira pesquisa apresentada foi
“É só mais um Silva que não tem moradia: a Ocupação Quilombo das Guerreiras na
luta contra as remoções e a questão habitacional na cidade do Rio de Janeiro”,
autores: Andréia Ribeira Cunha e Felipe Taumaturgo Rodrigues de Azevedo.
Roberto Santos, sendo remanescente da ocupação, contou a história da origem;
história do nome, que é uma homenagem às mulheres negras e suas lutas
cotidianas; como a ocupação se desenvolveu com o passar dos anos; por quais
meios era feita a organização – autogestão- até os rumos atuais em que se
encontra o movimento (Projeto de Moradia Social Quilombo da Gamboa).
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Foto 3 – Apresentação da pesquisa sobre a Ocupação Quilombo
das Guerreiras
Foi uma tarde bastante rica no
sentido da troca de conhecimentos, no exercício de uma dialética efetiva, pois
diferentes sujeitos tiveram a chance de falarem e de serem ouvidos. O evento se
mostrou coerente e preciso com os pilares da Universidade: Ensino, Pesquisa e
Extensão.
Por: Gabriel Martins - Bolsista do Programa de Iniciação Científica (PROIC) e colaborador do grupo PET-GEO/UFRRJ-IM.
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