quarta-feira, 14 de novembro de 2018




 PET Participações:  Seminário Direito ao Corpo na Cidade


 No dia 26 de setembro de 2018 o grupo PetGeo-UFRRJ/IM participou do Seminário Direito ao Corpo na Cidade realizado da UERJ no Rio de Janeiro/RJ. O evento tem como proposta principal “explorar o Corpo como fenômeno de resistência em defesa da vida, sendo o epicentro capaz de garantir direitos ameaçados às comunidades e complexidades globais, econômicas, subjetivas, cognitivas e territoriais nas megacidades. O debate sobre os direitos fundamentais é expressão urgente à judicialização da vida e a privatização do interesse público, o trabalho, a cultura por direitos e a política.”  As apresentações na parte da tarde iniciaram com a apresentação folclórica do grupo Companhia Folclórica do Rio da UFRJ. O Grupo artístico constituído por professores, funcionários e alunos de diversas unidades da UFRJ, realiza pesquisas sobre a cultura brasileira e produz espetáculos, atividades e eventos de música e dança.

  Lucas Sargentelli, apoiador da Aldeia Maracanã, realizou a experiência na parte de manhã dentro da Aldeia, de realizar a visitação de olhos vendados. Na atividade, os participantes foram vendados e fizeram a visita utilizando outros sentidos escutando as histórias do museu sobre a luta para viver o corpo da cidade.  Após esse momento, tivemos o tivemos a apresentação “Veja a samambaia” da pesquisadora e atriz Veronica Diaz, nos fazendo refletir sobre o que vemos e o que nos é deixado ver. A abordagem da produtora cultural sobre a vida na cidade e como ela é interligada com a necropolítica, selecionando culturas e pessoas para morrer. 
Raquel Barros trouxe sua pesquisa sobre direitos humanos e cartografias da ação. Raquel realiza um trabalho junto a mulheres de Manguinhos e da Maré, onde a comunidade é o lugar comum de todos. Estar no espaço público com seu corpo e sua forma. Iara Oliveira, moradora da comunidade Cidade de Deus, fundadora do primeiro pré-vestibular para jovens e negros. Iara aborda a remoção na comunidade, pois não são apenas corpos sendo removidos, mas também histórias,como ocorrem em remoções no Rio de Janeiro como um todo.

  As falas de Iara são fortes, e merecem destaque, entra elas: “O corpo negro vale menos.”, “Ninguém chora a morte na favela (cdd), chora o engarrafamento”. Finalizando sua fala, a palestrante nos relembrou da importância de realizarmos trabalhos na comunidade e dar o retorno aos sujeitos. Finalizando o evento, Anita Loureiro, membro da Coletiva Vandana Shiva e tutora do PetGeo, falou sobre os trabalhos que a trouxeram para falar de corpo e cidade e contou relatos que vivenciou por ter um corpo de mulher na cidade. Entre seus relatos podemos identificar casos de machismo institucional vivenciado pela palestrante, em diferentes momentos de sua vida acadêmica, e até mesmo o medo de levar uma criança pequena aos protestos que participa. 
 O evento foi muito enriquecedor para os membros do grupo que participaram, nos fazendo refletir sobre algumas discussões que são parte das nossas pesquisas.




Relato feito por Beatriz Maravalhas

terça-feira, 13 de novembro de 2018

IV JUVENTUDE METRÓPOLE: CORPOGRAFIAS TRANSVIADAS



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No dia 13 de setembro o grupo PetGeo- UFRRJ/IM organizou o IV Seminário Juventude e Metrópole, com a temática: Corpo-Território: Liberdade de ser, sentir e existir.O evento pautou-se na ideia de que os corpos que transgredem as normas socialmente imposta são territórios de resistência cotidiana, e essa realidade se agrava em tempos de crise societária e avanços do conservadorismo em que estamos vivendo hoje. Nesse sentido, contamos com a presença de Julião Andrade (Docente UERJ-Maracanã), Bia Onça (pesquisadora do grupo de estudos e pesquisa formação de professores, currículos, pedagogias decoloniais e interculturalidades) e Denilson Silveira (docente da UERJ-FFP), para tecermos diálogo sobre a conjuntura sócio-política  que estamos vivendo e possíveis alternativas de (r)existências.



Inicialmente contamos com a fala de Bia Onça sobre feminismos negros, tendo como base teórica as geografias feministas e a epistemologia decolonial. A existência de mulheres negras é historicamente uma existência de luta, se classificarmos de acordo com uma pirâmide de vulnerabilidade, as teríamos na base. É necessário que se aborde o feminismo com suas intersecionalidades  de forma especializada para dar conta das distintas realidades. Em sua fala, pensamos em como esses corpos pode se apropriar dessa sociedade e uma alternativa para que possamos ocupar os espaços, é estar em espaços de resistência. E Bia Onça nos apresentou algum desses espaços, dentre eles, a Casa das Pretas, que é lugar que carrega uma força política pungente, acolhe e possibilita trocas grandiosas. Denilson Silveira nos apresentou uma prévia do livro em que está trabalhando, discutindo a ideia na modernidade, em específico, na modernidade capitalista. Fora uma fala densa e potente sobre os corpos do homem e da mulher negra são vistos no espaço, como de forma hipersexualizada, como alvo e que para compreender mobilidade urbana é necessário racializar o debate. 

A fala de Júlia Andrade, que como a mesma sinalizou, acabou sendo refeita durante devido aos debates que foram propostas até então, e ela trouxe o questionamento sobre o que não vamos perder nesse momento de retrocessos, para que a gente focalize em pontos que possam constituir uma unidade  para que possamos nos fortalecer.
A presença dos palestrantes e dos alunos foi de grande enriquecimento para expandir os olhares sobre os assuntos tratados com a troca de experiênciasque perpassam nossos cotidianos diante das desigualdades e opressões, pensamos juntos em como lidar com eles de forma resistente, nos fortalecendo com união.





Relato feito por: Fernanda Santos - Bolsista PETGEO

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

CINEPET: Felicidade por um fio.

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       O grupo PET- Geografia apresentou, no dia 08 de Novembro de 2018, às 14 horas, um debate sobre o filme Felicidade por um fio, estrelado por Violet Jones (Sanaa Lathan). O Cinepet é uma das atividades do grupo que lidam com Ensino, Pesquisa e Extensão, pois a exibição do filme e os debates são abertos, construídos conjuntamente com todas e todos os participantes.
      O filme aborda a aceitação e o empoderamento feminino através da transição capilar. A transição capilar é um processo de mudança nos fios capilares e internamente. Pois é através disso que muitas mulheres negras ganham força para se compreender e fugir de todos os processos de embranquecimento racistas, como o alisamento dos cabelos. A aceitação e o empoderamento são armas muito preciosas para nós, mulheres negras. Através disso entendemos o nosso lugar no mundo e lutamos contra todas as forças de preconceito que tentam nos impedir de ocupá-lo. No filme, a atriz Violet Jones passa por todo esse processo. Assim como no texto, “Alisando os nossos cabelos”, da Bell Hooks (que também foi passado como referência para o dia da exibição do filme), a atriz era obrigada pela sua mãe a alisar o cabelo. Muitos desses comportamentos são passados para nós de forma ancestral, visto que, nossas mães sofreram as mesmas violências, mas acreditam que o embranquecimento estético é uma forma de ascender socialmente através de laços matrimoniais.

      Através de muita dor e sofrimento, pois além de libertadora, a transição capilar também é dolorosa, a atriz encontra forças para se libertar da prisão dos cabelos alisados e se transforma em uma nova mulher, mais forte e determinada em seus objetivos.

Relato feito por: Queila Romualdo - Bolsista PETGEO.