terça-feira, 26 de março de 2013

CINEPET- Geo: Entre os muros da escola



    O prof. Clézio dos Santos, que conduziu o debate, evidenciou que o filme através do contexto escolar busca a reflexão sobre os impactos da imigração na França. Impactos estes que ficam evidentes no convívio escolar, mas que ultrapassam os muros da escola englobando toda a sociedade francesa. O filme revela que esta sociedade precisa se ajustar à realidade da coexistência de diferentes culturas como consequência do processo de colonização, que hoje dá direito ao território francês aos países colonizados pela França. O professor também trouxe para o debate a discussão sobre a influência francesa na educação brasileira, ressaltando as consequencias desta estrutura escolar no país. Ainda sobre o contexto escolar, levantou-se a discussão sobre o atual processo migratório no país utilizando o exemplo da cidade de São Paulo que recebe constantemente novos alunos bolivianos, fato que evidencia novas possibilidade de diálogo, como nos casos em que professores aprendem outro idioma para atender estes alunos e pais estrangeiros. Após o video e o debate, surgiu a proposta de pesquisarmos/debatermos os impactos dos processos migratórios que mais se destacam atualmente no Brasil, convidando para o debate um especialista no tema da migrações.

Michella Maia
PET- Geografia/ UFRRJ- IM

quarta-feira, 20 de março de 2013

RODA DE CONVERSA "FAVELA É CIDADE!"



       Cleonice Dias nos contou sobre sua experiência como moradora da Cidade de Deus e sobre suas lutas cotidianas em esclarecer essa ideia de que favela não é um lugar apartado da cidade, onde apenas temos uma perspectiva de ausências como se fosse um território vazio e apto a ser dominado...sem sujeitos, sem dinâmicas e sem vivências. Nos diz que a cidade surge como um espaço de disputa e construção atendendo a interesses globais e mercadológicos e é muito fácil percebemos isso quando atualmente temos no Rio de Janeiro esse imaginário de uma “Cidade Olímpica”, que tem transformado bastante o espaço urbano carioca para efetivação de alguns projetos – como o Porto Maravilha – e que tem passado por cima dos direitos dos cidadãos já que o foco se dá apenas no potencial econômico que estes projetos abarcam. Cleonice nos conta um pouco da história desde o inicio da Cidade de Deus, desde quando era considerado um conjunto habitacional que atendia aos interesses de uma remoção autorizada pelas esferas de governo vigentes, mas que acabou atingindo abrangências maiores do que o esperado e se tornou um bairro. Também nos fez refletir sobre as forças de controle atuantes na favela, vezes por tráfico de drogas ou armas, vezes por policiais, vezes por milicianos, que se encontram cada vez mais próximos do (ou no próprio) do Estado e nos conta que não é um movimento recente. Numa roda de conversa bastante leve e informal, Cleonice também aponta a academia como sendo um espaço essencial para as lutas sociais, já que permite enxergar os processos, os contextos de uma perversidade capitalista na qual a sociedade se insere e permite revelar desdobramentos desta parceria da universidade com as lutas sociais. Sempre apontando para a importância do coletivo em suas lutas, Cleonice, destaca que seu maior aprendizado advem das experiências cotidianas e que sua formação se deu na Cidade de Deus, pois esta foi fundamental para entender a sociedade e a cidade, nos fazendo repensar nossas práticas acadêmicas.

Carolina Peres
PET-Geografia/UFRRJ-IM

quarta-feira, 13 de março de 2013

Palestra: Território e Cultura na Periferia - Com Jorge Luiz Barbosa (Geografia/UFF)


O Coordenador do Observatório de Favelas e Professor da Universidade Federal Fluminense , o Geógrafo Jorge Luiz Barbosa, trouxe-nos a palestra com o título Território e Cultura na periferia, onde de maneira didática analisou em dois momentos distintos cada conceito. Primeiramente o de Cultura, onde fez referência a Hannah Arendt ao abordar Cultura como algo que tem a ver com o cuidado e o zelo, sendo diferente para cada grupo.Jorge Barbosa destacou a necessidade de respeito às mais variadas manifestações culturais, pois as mesmas são de fundamental importância para o entendimento do uso e apropriação do Território. No segundo momento Jorge Barbosa, citando Milton Santos, define o Território como espaço usado. Para Barbosa, a Cultura está intrinsecamente ligada ao Território, sendo que a primeira se apropria do segundo dando múltiplos usos. Trazendo como exemplo, sua vivência como Coordenador do Observatório de Favelas, contribuiu para o entendimento dessa conceituação trazendo exemplos do cotidiano de espaços periféricos que estão no centro da produção cultural da metrópole. 

Rafael Romano
Bolsista PET Geografia - UFRRJ