terça-feira, 1 de dezembro de 2015

PET - Debates: Micropolítica: Cartografias do Desejo - Suely Rolnik

                    No dia 28/10/2015 nosso grupo fez a discussão do primeiro capítulo do livro “micropolítica> cartografias do desejo” onde o grupo pretende ler e debater ao longo das próximas reuniões para embasamento coletivo das pesquisas individuais.

                   A autora inicia o texto falando do conceito de cultura e seu caráter reacionário. Também coloca que a cultura só existe como esfera autônoma em nível de mercados de poder, dos mercados econômicos. Ela chama de modos de produções capitalísticas, para abranger diferentes tipos de economia, e salienta que existe o controle da esfera da subjetividade, que ele chama de “cultura de equivalência”. Assim, o capital ocupa-se da sujeição econômica e a cultura da subjetividade. Entrando no debate sobre cultura de massa o autor fala da criação de indivíduos normatizados, hierarquizados, e que gera certo tipo de submissão nessa produção. Após isso o autor fala da mudança do conceito de cultura ao longo da história moderna, e separa em três sentidos, que designa sentido a, b e c. No sentido a seria a “cultura valor”, ligado a quem tem e quem não tem cultura. O sentido b é a “cultura-alma coletiva”, ligado à civilização. Segundo o autor, uma forma democrática de cultura, usada por povos para reivindicar sua cultura. O terceiro sentido, o c, está ligado a cultura de massa, seria a “cultura mercadoria”. Após isso a autora comenta um pouco sobre o surgimento de cada sentido, começando pelo a, que surge com a burguesia, que seria uma forma de classificar níveis de cultura. No caso, a cultura da nobreza estaria em um nível maior que outros. O sentido b já é uma tentativa de democratização do conceito de cultura, surgido no século XIV, porém, o autor afirma que não deixa de ter um caráter até racista em seu conceito. O autor fala da problemática de o conceito de cultura chegar para os povos indígenas de maneira fragmentada. Religião, práticas econômicas, etc, e esses povos não sabiam o que era cultura, visto por essa ótica. Já a o sentido c, a cultura mercadoria, se prende em apenas vender mercadoria cultural. Segundo o autor, não se trata de uma cultura a priori, mas de uma cultura que se produz, reproduz e se modifica constantemente. Para a autora, os três sentidos continuam a funcionar na nossa sociedade, esses três sentidos se juntam para o que ela denomina de “força coletiva de controle social”. Entre outras discussões, a autora diz que no fundo só há uma cultura, a capitalística.




Por: Willian S. Rocha - Bolsista do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM.