terça-feira, 5 de abril de 2016

PET-Extensão. - Apresentação para alunos do curso Pré-ENEM do IM/UFRRJ.

PET-Geografia/IM faz apresentação para os alunos do curso Pré-ENEM Éthos da UFRRJ-IM

O Grupo PET-Geo realizou uma apresentação de aproximação e boas-vindas para os alunos do curso de preparação para vestibulares e ENEM da UFRRJ-IM, em sua aula inaugural que ocorreu no dia 28 de março de 2016.
Desde 2015 a Universidade realiza esse incrível projeto para os alunos de baixa renda que residem em Nova Iguaçu e proximidades, com a premissa de democratização do ensino público, abrindo espaços para a população que outrora não dispunham de subsídios para entrarem nessa lógica cruel de disputa para garantir uma vaga de ensino de qualidade gratuito.
Neste ensejo, os bolsistas do PET-Geo apresentaram as etapas básicas de ingresso para uma Universidade pública, como: realização de uma prova classificatória (ENEM, vestibular específico, com ênfase no primeiro citado), onde foi explicada a estrutura da prova, quantidade de dias e horas para a realização, assim como as matérias (com suas grandes áreas: Ciências Humanas, Linguagens, Ciências da natureza, etc) em seus respectivos dias. Após, foi feita explanação acerca do sistema que gere as inscrições para as universidades através da nota obtida na prova, o Sistema de Seleção Unificada (SISU), foi uma parte da apresentação com bastante ênfase em alguns detalhes, pois é um processo delicado que exige atenção e paciência do aluno ao acompanhar, diariamente, a sua posição (e por isso a importância da apresentação ser feita por alunos da graduação, pois os mesmos deram seus relatos de experiência com o processo, com o intuito de tranquilizar e alertar).
A fase seguinte da apresentação constituiu na exposição sobre as bolsas de ajuda financeira (para garantir a permanência do aluno enquanto estuda) e das bolsas para pesquisa científica. Foi apresentado também as especificidades e condições para cada bolsa. Esse foi um tema bastante importante, pois deu uma segurança maior para a decisão de realmente ingressar na universidade, a dúvida pode permear dada a premissa de que estudar em uma universidade pública não nos isenta de gastar dinheiro (há os gastos com fotocópias, transporte, alimentação, moradia), tais implicações podem desanimar, mas saber que a universidade pode dar algum apoio, conforta.
Foi feita algumas outras considerações, como a diferenciação entre o bacharel e a licenciatura, para então, ser realizada uma breve exposição sobre o curso de geografia, características, grade de curricular, corpo docente, trabalhos de campo realizados nos últimos anos. O intuito foi fazer uma aproximação maior da geografia, romper alguns estigmas perpetuados. Acreditamos que foi muito produtivo, pois no início, foi perguntado quem da turma pensava em cursar geografia, a resposta negativa foi unânime, 100% não pensavam em fazer; após a exposição do curso, a pergunta foi refeita e alguns já diziam pensar em cursar geografia. O que é extremamente positivo, porque é um curso que tem em Nova Iguaçu, bem próximo da residência deles. Muitos queriam fazer os cursos oferecidos pela UFRRJ-IM, alguns relataram o interesse em matemática, letras, turismo, história.
Para finalizar, os alunos do pré conheceram as dependências da universidade. Essa fase foi constituída por duas etapas, uma breve demonstração por fotos, em sala, e uma ida à campo pelos corredores e principais pontos do prédio. Eles conheceram a biblioteca, os 4 blocos, a sala do PET-Geo, o restaurante universitário, sala do centro acadêmico, laboratório de informática, prédio da pós-graduação.
O grupo PET-Geografia ficou extremamente honrado com o convite e com o resultado da apresentação, deu-se de forma agradável, esclarecedora e animada. Esta última constatação veio com o relato de uma aluna após a nossa apresentação: “Nossa, vocês são muito animados, gostei bastante!”.   
Anexo


Imagem 1 – Alunos do cursinho



 Imagem 2 – Grupo PET-Geografia/IM realizando a apresentação

Por: Gabriel Martins – Colaborador do Grupo PETGEO/UFRRJ-IM.



 Para mais informações sobre o cursinho: https://ethosufrrj.wordpress.com/sobre/
Toda a apresentação foi realizada com base nas instruções do próprio site do Sisu: sisu.mec.gov.br

CINEPET Especial - II Semana da Mulher - UFRRJ/IM

Relato CinePET – Semana da Mulher

Entre os dias 14 e 18 de março de 2016 ocorreu no Instituto Multidisciplinar da UFRRJ (Nova Iguaçu, RJ) a II Semana da Mulher, cujo objetivo foi de levantar debates sobre a mulher na sociedade atual, refletindo sobre todos os preconceitos machistas concebidos sobre as mulheres ao longo da história por diferentes culturas, que tem por fim causar uma inferioridade e fragilidade do feminino perante a sociedade. Assim, o evento buscou fazer a desconstrução destes estereótipos e preconceitos para as mais diversas mulheres (negras, brancas, pobres, ricas, homossexuais, heterossexuais...) através de palestras, rodas de conversa e manifestações artísticas.

Deste modo, o Programa de Educação Tutorial de Geografia (PET – GEO) realizou no dia 18 de março, integrado à programação do evento, mais uma edição do CinePET, exibindo o filme “As Sufragistas”, que retrata justamente a luta das mulheres na Inglaterra no século XIX pelo direito ao voto e a demonstração da indignação delas perante a sociedade machista e patriarcal a qual eram submetidas, sendo incorporadas nas piores condições trabalhistas, caracterizadas por cargas de trabalho exaustivas e com níveis de insalubridade altíssimos, deixando-as em completa vulnerabilidade social ao lado de homens que eram possuidores de muitos mais privilégios e vantagens cotidianamente pelo simples fato de serem homens.



Foto: Debate – Filme “As Sufragistas”
Fonte: Acerto do PET – GEO IM/UFRRJ (2016)

Após a exibição do filme, teve início o debate a partir das ideias propagadas pelo mesmo, e com isso, foram levantadas questões de como o machismo está impregnado de forma multifacetada na sociedade, desde o dia a dia da mulher, que recebe olhares e cantadas e acaba tendo o seu caráter (e o quão respeito merece receber) julgado pela roupa que está vestindo, até o “fazer ciência”, com a supervalorização de autores ao invés de autoras, e a prática da medicina, em especial, em relação aos procedimentos de obstetrícia, que subordinam as mulheres grávidas a cirurgias e a outros procedimentos invasivos de forma brutal e, em muitos casos, desnecessários, colocando tanto as mães como os filhos em risco, não proporcionando às grávidas o direito de escolher como querem parir os seus filhos; Além disso, também foi debatido sobre como o machismo pode se intensificar de acordo com quantos estereótipos determinada mulher carrega em sua vida como, por exemplo, a diferença de tratamento recebido a partir da sociedade entre uma mulher negra, pobre e moradora de favela e uma mulher branca que teve oportunidades de estudos e é pertencente à classe média alta.

Porém, o debate foi direcionado para além do conteúdo apresentado diretamente no filme, justamente pelo fato de que o mesmo é alvo de críticas por evidenciar apenas um aspecto da luta feminista, sendo este o que defende a luta da mulher europeia, branca e muitas vezes de classes média e alta. Isto ocorre pois dentro do próprio movimento sufragista britânico há outras correntes que são constituídas por mulheres em outros contextos sociais e econômicos, o que evidencia a segregação de classes dentro do movimento, ou seja, há a existência de diferentes vieses.

Assim, a luta das mulheres apresentada no filme não caracteriza um objetivo universal para as mulheres britânicas, pois aquelas que eram trabalhadoras da construção civil, das minas de carvão e membros do movimento operário não eram representadas em seus discursos, assim como as mulheres negras, o que justifica o fato de muitas mulheres negras atualmente não se sentirem representadas pelo movimento feminista como um todo e a partir daí buscarem as suas próprias reivindicações, pois a mulher negra carrega em si questões particulares que as mulheres brancas não possuem, como as heranças negativas da escravidão que perpetuou na difícil inserção e reconhecimento até mesmo como cidadã na sociedade. Por isso, o filme não demonstra a luta de forma democrática a todas as mulheres, mas sim para uma parcela, para um grupo social, devido à segregação racial e de classes na sociedade britânica e, consequentemente, diversas correntes nos movimentos sufragista e feminista.

Por fim, o CinePET foi de grande conexão com a pauta da II Semana da Mulher e de suma importância para o fomento de debates que envolvem o feminismo, a desconstrução de pensamentos machistas, racistas e homofóbicos, objetivando concretizar o empoderamento das mais diversas mulheres na sociedade.

Henderson Neiva
Graduando em Geografia do IM/UFRRJ
Bolsista do PET – GEO (MEC/SESu)