quarta-feira, 12 de outubro de 2016

CINEPET GEO

Bora debater direito à cidade e reforma urbana?
Amanhã, 14h, na 205 adm.
Todo apoio aos movimentos populares de luta pela moradia!
"Construímos nossa maloca
Mas um dia, nós nem pode se alembrá
Veio os homis c'as ferramentas
O dono mandô derrubá"

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

PET NA VILA AUTÓDROMO




No dia primeiro (1) de outubro de 2016 o grupo PETGEO-IM\UFRRJ realizou uma visita na Vila Autódromo em Jacarepaguá na cidade do Rio de Janeiro. Com os jogos olímpicos, o discurso da remoção na comunidade tomou uma dimensão mais concreta. A Vila Autódromo deveria ser removida para a construção de equipamentos olímpicos. Frente aos argumentos/planos do poder público municipal, a Vila Autódromo, comunidade organizada e pacífica, uniu forças com diversos movimentos e pessoas para resistir às imposições das remoções. 


Com o passar do tempo e maior resistência por parte da comunidade, as formas de negociação foram ficando cada vez mais truculentas. Então, a Prefeitura abriu um decreto para remoção de 50 famílias, sob o argumento para a realização de obras públicas. Um caso específico ficou bastante marcando entre os moradores, como afirmam as moradoras Sandra e Nathália, um caso de extrema violência cometido pelos Agentes do Grupamento de Operações Especiais da Guarda Municipal. Chegaram na comunidade de manhã, sem nenhum aviso prévio, com a forte intenção de remover à força algumas famílias. Com a resistência dos moradores, muitos ficaram feridos, a repressão foi forte através de cassetetes e gás lacrimogêneo. De uma população estimada em 700 famílias (segundo Sandra), apenas 20 conseguiram permanecer no território. Uma área que não atrapalhava em nada o fomento das olimpíadas, mas que hoje está vazia, especulando ao mercado imobiliário. Em outra parte do que foi a comunidade, construíram um hotel de luxo, em parceria público-privada. Desmataram cerca de 500 árvores durante o processo de remoção na comunidade em uma área da margem da lagoa de Jacarepaguá, com a intenção de “resgatar a flora original”, um paisagismo que custou muito a muitos. Mas a comunidade da Vila Autódromo resistiu e resiste com força, Sandra, Nathália e as outras famílias que conseguiram permanecer levam o legado de uma comunidade forte, ordenada, articulada. Através do Museu das remoções, pretendem não deixar a história da comunidade se apagar. Sandra nos disse que as remoções não removem apenas casas, removem a história da população que ali ocupava, remove a identidade de uma comunidade.


Para isso não acontecer, o Museu das remoções surge com o objetivo de relatar os acontecimentos histórico-geográficos ali ocorridos e mostrar que a identidade de resistência prevaleceu, uma comunidade exemplo para outras que sofrem e sofrerão com o processo das remoções. História essa contada através dos símbolos de luta da Vila Autódromo, em um Museu-território.
Foto: Acervo do Grupo PetGeo-IM/UFRRJ.




Por: Flávia Souza - Bolsista do Grupo PETGEO-IM/UFRRJ.






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