quarta-feira, 13 de maio de 2015

PET - Debates: Que cidade é essa? - Guilherme Boulos

No dia 29 de abril de 2015 o grupo debateu o segundo capítulo " Por que ocupamos? Uma introdução à luta dos sem-teto." do livro "Que cidade é essa?" de Guilherme Boulos.

O autor procura evidenciar no texto, alguns fatores que influenciaram para o desenvolvimento desigual das cidades enquanto um espaço caótico e dotado de complexidades, trazendo um histórico de fatos importantes, como a industrialização enquanto fator principal para a atração das pessoas que antes viviam no campo, para a cidade.

Guilherme Boulos chama atenção para a inexistência de periferia no início do processo de industrialização, demonstrando que a ideia de distanciar as pessoas mais pobres do centro, se tornou algo mais frequente ao longo do tempo, sustentado pela burguesia da época. Alguns exemplos no território brasileiro são utilizados para ilustrar como as periferias se consolidaram

A especulação imobiliária é retratada no texto como algo promovido pelos grandes proprietários de terras e amparada pelo Estado, que legitimava a ação desses sujeitos detentores do capital, através do fornecimento de infraestrutura e outros aparelhos que davam sustentação a um terreno antes desvalorizado, fazendo com que o mesmo aumentasse o seu preço a partir da chegada de todo esse aparato, tornando mais difícil a permanência de pessoas mais pobres nesses locais. Boulos ressalta que essa situação piorou ao longo do tempo, bem como o apoio do Estado se fez maior também, dificultando a criação de moradias populares e o benefício do Minha Casa, Minha Vida. Para contribuir para esse debate, o autor cita alguns exemplos como o Rio de Janeiro e São Paulo, demonstrando que a valorização desses imóveis aumenta seu valor inclusive em áreas mais periféricas como Campo Grande no Rio de Janeiro e Perus em São Paulo.

Há no fim do texto, o alerta para a aliança entre o capital privado e o Estado, elucidando a ideia de que as empresas possuem forte influência sobre as ações tomadas pelo poder público, já que o mesmo muitas das vezes possui o financiamento privado para campanhas, entre outras situações.

O fim do texto é composto por uma crítica a diferentes processos que ocorrem em cidades segregadas, como o forte aparato de coerção do Estado em áreas mais pobres, promovendo o extermínio de determinadas populações, principalmente os negros e pobres





Por: Felipe Rodrigues - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM..




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