No dia 29 de abril de 2015 o grupo debateu o segundo capítulo " Por que ocupamos? Uma introdução à luta dos sem-teto." do livro "Que cidade é essa?" de Guilherme Boulos.
O autor procura evidenciar
no texto, alguns fatores que influenciaram para o desenvolvimento desigual das
cidades enquanto um espaço caótico e dotado de complexidades, trazendo um
histórico de fatos importantes, como a industrialização enquanto fator
principal para a atração das pessoas que antes viviam no campo, para a cidade.
Guilherme Boulos chama
atenção para a inexistência de periferia no início do processo de
industrialização, demonstrando que a ideia de distanciar as pessoas mais pobres
do centro, se tornou algo mais frequente ao longo do tempo, sustentado pela
burguesia da época. Alguns exemplos no território brasileiro são utilizados
para ilustrar como as periferias se consolidaram
A especulação
imobiliária é retratada no texto como algo promovido pelos grandes proprietários
de terras e amparada pelo Estado, que legitimava a ação desses sujeitos
detentores do capital, através do fornecimento de infraestrutura e outros
aparelhos que davam sustentação a um terreno antes desvalorizado, fazendo com
que o mesmo aumentasse o seu preço a partir da chegada de todo esse aparato,
tornando mais difícil a permanência de pessoas mais pobres nesses locais.
Boulos ressalta que essa situação piorou ao longo do tempo, bem como o apoio do
Estado se fez maior também, dificultando a criação de moradias populares e o
benefício do Minha Casa, Minha Vida. Para contribuir para esse debate, o autor
cita alguns exemplos como o Rio de Janeiro e São Paulo, demonstrando que a
valorização desses imóveis aumenta seu valor inclusive em áreas mais periféricas
como Campo Grande no Rio de Janeiro e Perus em São Paulo.
Há no fim do texto, o
alerta para a aliança entre o capital privado e o Estado, elucidando a ideia de
que as empresas possuem forte influência sobre as ações tomadas pelo poder
público, já que o mesmo muitas das vezes possui o financiamento privado para
campanhas, entre outras situações.
O fim do texto é
composto por uma crítica a diferentes processos que ocorrem em cidades
segregadas, como o forte aparato de coerção do Estado em áreas mais pobres,
promovendo o extermínio de determinadas populações, principalmente os negros e
pobres
Por: Felipe Rodrigues - Bolsista do grupo PETGEO-UFRRJ/IM..
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