Relato capítulo 1 – Pedagogia engajada - Bell Hooks
No dia 29/05 o grupo deu continuidade ao livro Ensinando a transgredir da Bell Hooks. Neste capítulo, a autora inicia o texto discorrendo sobre a “Educação como prática da liberdade” e quem são os educadores dispostos a se voltar para esse processo de aprendizado. Para ela, seriam aqueles que entendem que o ato de ensinar é mais do que compartilhar informações, mas parte de um aprendizado que respeite, que perceba os alunos em sua completude, tanto no sentido intelectual quanto espiritual, onde eles devem ser sujeitos ativos do conhecimento e não passivos, não é apenas a opinião do professor que prevalece. É de fato a construção de um aprendizado que coloca como relevante mais o trabalho coletivo do que o individual.
Mais adiante, Hooks relata como a obra de Paulo Freire serviu de inspiração para que ela lutasse contra um processo de aprendizado que estava mais parecido com uma linha de produção do que necessariamente uma sala de aula. Além de Freire, ela cita o budista Thich Nhat Hanh, que percebe o professor como um curador, que precisa estar bem consigo mesmo para ensinar. E é nesse bem-estar que a pedagogia engajada dá ênfase, onde o professor deve estar em processo constante de “autoatualização”.
Confessa que foi na graduação que ela percebeu uma certa ingenuidade da sua parte, pois ela via que as preocupações acadêmicas estavam muito mais voltadas ao que ela poderia produzir do que com o seu bem-estar. O professor dentro desse sistema é objetificado e fragmentado, o que de fato importava era a capacidade do docente concluir da melhor forma seus trabalhos acadêmicos. Hooks (2013, p.29) coloca que
Isso queria dizer que pouco importava que os acadêmicos fossem drogados, alcoólatras, espancadores da esposa ou criminosos sexuais; o único aspecto importante da nossa identidade era o fato de nossa mente funcionar ou não, ou sermos capazes de fazer nosso trabalho na sala de aula.
Em suma, as reflexões que fizemos ao longo da discussão deste texto, nos fez perceber que a nossa atuação enquanto grupo tem caminhado para a construção de uma pedagogia engajada, pois é diante de um cenário de enrijecimento, de negação, que temos encontrado em nossas reuniões um lugar onde podemos expor nossas angústias, nossos anseios. Temos nos tornado lar, espaço de acolhimento, que segue um caminho contrário aos padrões hegemônicos da academia, pois todo o nosso corpo tem importância e não partes dele.
Relato por: Francine S.
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