O
grupo Pet-Geo recebeu o convite da egressa Andréia Ribeiro para
participar do trabalho de campo promovido por ela para seus alunos do
Colégio Estadual General Dutra que fica localizado no município de
Campos dos Goytacazes. Desta forma, alguns integrantes do grupo se
encarregaram de apresentar determinados pontos de visitação do
Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança
Africana, carinhosamente apelidado pelos petianos de CHACHA.
No
dia 22 de agosto, assim, quatro integrantes do grupo se encontraram
com a professora Andréia, seus alunos e mais alguns professores do
colégio. O primeiro ponto de visitação foi a Central do Brasil, no
qual o petiano Marcus Aguiar explicitou a história e a importância que a
estação tem para a região metropolitana do estado do Rio de
Janeiro. Também, nesse momento ele falou um pouco do Morro da
Providência e sua história, bem como o mesmo foi inserido no
projeto de revitalização da zona portuária do município. Os
alunos demonstraram interesse em conhece a Providência, entretanto,
não tinha tempo hábil para tal e também não se achou conveniente
adentrar no morro com um grupo tão grande, e sem a presença de um
morador que os conduzisse como já foi feito em outras ocasiões pelo
Pet-Geo.
Depois
o grupo foi para o Cais do Valongo, onde a própria professora
Andréia Ribeiro falou sobre a história do Porto e da representação que
ele tem para a população negra que vive na cidade. Também foi
explicado como o movimento de revitalização acabou expulsando essas
pessoas ao invés de valorizar a cultura delas, como o próprio nome
do circuito diz. Nesse momento os alunos tiraram diversas fotos e
aparentaram se interessar por aquele espaço e por sua história.
O
ponto seguinte foi o Jardim Suspenso do Valongo, em que as petianas
Camila Marcondes e Mayara Lobato apresentaram a história do jardim e falaram sobre os
dois processos de revitalização. O primeiro feito pelo prefeito
Pereira Passos em 1906 e o segundo pelo prefeito Eduardo Paes em
2016, na lógica de embelezamento do centro da cidade. Nesse momento,
os estudantes entenderam um pouco da lógica de segregação desse
espaço aonde, num primeiro momento, se usa o espaço como um lugar
para que os negros que seriam escravizados engordassem para serem
vendidos e depois esse espaço é revitalizado, as ruas são
alargadas e um belo jardim é construído, para que as pessoas ricas
da sociedade, que não eram os negros que sempre estiveram presentes
ali, contemplassem o centro da cidade.
Quando
o grupo chegou ao jardim, a casa da guarda estava fechada. Por isso,
o ponto foi apresentado apenas na parte externa do jardim. Em
seguida, partiram em direção do próximo local de visitação pelo
Morro da Conceição, que fica localizado na parte de traseira do
jardim. Antes de chegar à Pedra do Sal, os estudantes foram guiados
a um mirante em que puderam contemplar a beleza do centro da cidade.
De lá desceram o Morro e chegaram à Pedra do Sal. Ali, o petiano
Felipe Rodrigues explanou a importância daquele lugar para a comunidade negra
como uma forma de resistência no centro da cidade, apesar de todas
as disputas vividas por esse povo. Ele falou também de como o samba
da Pedra do Sal, que é mais um movimento do processo de resistência,
está sendo apropriado por turistas e pessoas que não vivem naquele
espaço e que, ao ignorarem a luta travada ali, esvaziam o caráter
de resistência do lugar e o tornam apenas um espaço de consumo e
não de resistência da comunidade negra.
Após
algumas fotos que foram tiradas na Pedra do Sal, os estudantes
seguiram para o Museu de Arte do Rio (MAR), no qual todos ficaram
admirados com a vista do terraço do museu e fizeram várias
fotografias. Alguns até reconheceram a ponte Rio - Niterói e
afirmaram que tinham vindo de lá. Visitaram as exposições do museu
e depois foram para o museu do Amanhã, nesse momento os integrantes
do Pet se despediram dos estudantes.
Agradecemos
à professora Andréia Ribeiro pelo convite e esperamos que a visita tenha
sido proveitosa para os estudantes e os professores que acompanharam.
Att,
Camila Marcondes.
Foto 2: Alunos do 3 ano do Ensino Médio em frente ao Grafite da Pedra do Sal
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