sábado, 4 de abril de 2015

PET- Debates. ''Pequena reflexão sobre categorias da teoria crítica do espaço: Território usado, território praticado'' - Ana Clara Torres Ribeiro

No dia 25 de março de 2015 o Grupo PetGeo/UFRRJ- IM realizou a leitura e debate sobre o texto ''Pequena reflexão sobre categorias da teoria crítica do espaço: Território usado, território praticado'', de Ana Clara Ribeiro, fortalecendo nossa compreensão sobre o assunto.


Em seu texto Ana Clara Torres Ribeiro se propõe em analisar o território como “ponte” entre a teoria crítica do espaço e a ação politica, sendo essa “ponte” como mediação e um contexto para o diálogo transdisciplinar.

            Em primeiro momento a autora busca contextualizar o território e as relações de poder oriunda da relações sociais propiciada pelo espaço e em segundo momento analisa as ações do Estado e seu papel, pontuando as ações horizontais e verticais das relações sociedade civil e sociedade politica.

            Analisa o poder em dois pontos: um a  ênfase na problemática do poder. Sendo o território como fato e condição, condiciona e é condicionado pelo exercício do poder, e em segundo a relação do Estado como mediador dos interesses da classe dominante e o resto da população civil.

            Em momento a autora vai buscar em Maquiavel através de uma citação, elementos para compreensão da dinâmicas politicas do território.

“Quanto à ação(...)[o príncipe] deverá habituar o corpo aos incômodos naturais da vida em campanha e aprender a natureza dos lugares, saber como surgem os montes, como afundam os vales, como jazem as planícies, e saber da natureza dos rios e dos pântanos,empregando nesse trabalho os melhores cuidados. Esses conhecimentos são uteis sob dois aspectos  principais: primeiro, aprende o príncipe a conhecer bem o seus pais e ficará conhecendo melhor os seus meios de defesa; segundo - pelo conhecimento e pratica daqueles sítios, conhecera facilmente qualquer outro, que lhe seja necessário especular(...) pelo conhecimento de uma província pode-se facilmente chegar ao conhecimento de outra”(Maquiavel, 2000, pp, 141,142).

            O território então como condicionado e condicionador proporciona  condição da ação e projeção da ação através do conhecimento praticado  e vivido do território .

            O Príncipe é uma ideia  viva, que sustenta o conceito de ação politica, o que possibilita que Gramsci  enxergue nele os partidos politico. Inserindo na problemática o Estado como configuração da vontade coletiva, elemento fundamental na luta pela hegemonia e na dialética sociedade civil e sociedade politica. Ainda se utilizando de Gramsci a autora mostra que a ação politica envolve tanto conhecimento histórico como  conhecimento geográfico.

            A autora vai destrinchando a ação através autores renomados dentre ele Milton Santos o qual ela afirma que “a ação, na plenitude da sua afirmação como práxis, inscreve-se na ontologia do espaço. A ação é portadora do tempo na própria espacialidade das  técnicas, na medida em que manifesta, no movimento pratico e politico, as condições historicamente herdadas e o projeto da sua transformação” Ana Clara Torres Ribeiro apud Milton Santos.

            As condições herdadas cria e designo e condições objetivas e subjetivas que transcendem o caráter imediativo conduzindo a transformação da materialidade O  projeto da ação é portados da força  necessária força potencial da reificação e da alienação.

            A noção de projeto  conduz a ideia de passagem do presente para o futuro. Então o espaço tem sua essência um conjunto de elementos dentro de sua dinâmica social, citando a autora “Desse modo o território, ação,projeto, práxis constituem a substancia da dinâmica societária  que direciona os fluxos” (Ana Clara Torres Ribeiro, pp.33)


            Como conclusão o texto nos possibilita a compreensão da complexabilidade que é a realidade que rege o território desde as ações, relações horizontais e verticais, o papel do Estado dentro do território como difusor da “ideia ilusória geral” assegurando os interesses da classe dominante e como mediador do conflito e tenções entre as classes. Também o texto nos possibilita uma compreensão do lugar para os indivíduos e como também que as açoes horizontais podem instaurar a desordem nas relações horizontais com intuito de trazer a “ordem” que possibilita a estabilidade da hegemonia da classe dominante.



Por: Bruno Pereira - Bolsista do grupo PETGEO/UFRRJ-IM.

Um comentário:

  1. Gente, boa tarde! Não sei se esse blog ainda está em atividade. Gostaria de saber se vocês podem compartilhar esse texto da professora Ana Clara Torres Riberito em PDF. Fico muito agradecido!

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