No dia 01 de Abril de 2015 o Grupo PetGeo/UFRRJ- IM realizou a leitura e debate sobre o texto '' A Produção do espaço'', de Sônia Barros, fortalecendo nossa compreensão sobre o assunto.
O presente texto pretende dar um aprofundamento teórico aos
petianos nos seus artigos, para a publicação do primeiro livro do grupo, que
estão em reta de conclusão.
A produção do espaço - Sonia Barrios
A autora traça primeiramente os
processos que levarão à produção do espaço. São eles humanos de atribuição de
valor, poder e de significado. Gerando produtos neste espaço, respectivamente,
econômicos, políticos e semânticos (cultural-ideológico).
Na mistura destes saem também os
produtos globais. Assim, temos o espaço físico socialmente transformado que é
um resultado destes. Nada mais que uma relação espaço/sociedade.
O espaço é
caracterizado como funcional e nasce da incidência do fator distância na
estruturação dos nexos entre homens/homens e homens/objeto materiais, aliado à
necessidade de reprodução biológica e social. O espaço cumpre duas funções: o
de objeto da atividade humana (recursos naturais) e o de como suporte (meio
ambiente). O espaço é ainda produto das relações sociais, modificado, faz parte
da totalidade relacional; determinado estrutura.
A autora parte para as definições
e relações entre o espaço e as práticas econômicas, as políticas e as
cultural—ideológicas.
As
práticas econômicas e o espaço
As práticas econômicas são um
conjunto de ações sociais que tenham por finalidade a produção, a distribuição
e o consumo de meios materiais. Deposição de valor - de uso (qualidade, do para
que serve) e de troca (quantidade). Realizam-se com base em técnicas
(tecnologia) e relações entre os humanos.
As formações sociais têm hoje uma adaptação ativa, isto é:
transformação da produção de bens materiais e adequação do meio ambiente às
necessidades individuais e às de grupos.
O espaço sociocultural se explica pela apropriação histórica
dos excedentes da produção por certos indivíduos em detrimento de outros. O
espaço modificado é, portanto, produto intencional e não-intencional de uma
ordem estabelecida.
A detenção do saber também é uma forma de dominar e
historicamente foram.
As práticas políticas e o espaço
As
práticas políticas têm por finalidade a conquista ou a detenção do poder. O
Estado está entre; sempre se inserindo dando um caráter classista. Também
mantém a ordem estabelecida das classes dominantes, mesmo que tenha que ceder às
pressões das classes subordinadas. Instituições, também, se apóiam no Estado.
Este viabiliza duas formas de legitimar suas ações:
Autoridade
à produzir conhecimento
(ex.: científico) e /ou por força contingente militar para afirmar a
autoridade/dominação
Domínio
à aceitação no direito
de garantir a inviolabilidade do indivíduo, do lar, da nação.
Depreende-se
das práticas políticas uma prática de dominação, apropriação, uma
característica do nexo sociedade/espaço físico(natureza).
As
relações de dominação são históricas e se complexificam pela evolução.
Compartilhamento científico (saber) em parte para prejudica a emancipação do
caráter colonial mais visível outrora.
Caráter
ideológico na formulação de infra-estruturas e legitimar o ordenamento jurídico
são funções atribuídas ao Estado. Dar coesão interna a sociedade e resolver as
contradições de classe. O Estado cria espaço geopolítico pela divisão
territorial para facilitar a administração, de modo hierárquica (município-distrito-entidade-nação).
Um domínio político formal. A burguesia, por outro lado, não reconhece
fronteiras em virtude do seu capital.
O Estado dá as condições para os fixos com
políticas planejadas. Os movimentos sociais estão no limite e são
freqüentemente desviados dos seus objetos de reivindicação.
As práticas cultural-ideológicas e o
espaço
São
práticas orientadas para:
a)
desenvolver responder às indagações do homem;
b) gerar representações, valores, interesses,
modelos, aspirações, mitos, crenças independentes – que mantenham ou não as
relações vigentes;
c)
difundir pelos meios de comunicação simbólicos.
A
infra-estrutura determina, dá base aos fenômenos da superestrutura. Difusão de
mensagens, vínculos interpretáveis: a)
texto ; b) processos observáveis e c) a organização de espaço social.
Suporte
para o sagrado. O surgimento de novas idéias, valores e objetivos sociais
conduzirá sempre uma reformulação do uso, desenho e conteúdo das formas
espaciais.
Espaço
construído: um conjunto de materiais valorados, apropriado pelas práticas
políticas e constituído de significações.
Espaço
físico: condiciona.
Espaço
social: manifesta, opera.
Propõe
um novo esquema metodológico para o estudo do espaço. Este, por fim é de
aparentemente técnico, essencialmente social. O elemento estruturante são as
relações de dominação históricas. Dinâmico o espaço é um instrumento material.
Por: Kleber Mattos - Colaborador do Grupo PETGEO-UFRRJ/IM.