domingo, 27 de outubro de 2013

IV SEMANA DE INTEGRAÇÃO - GEOGRAFIA




Relato de experiência - Oficinas de Fotografia com o Coletivo Pandilla Fotográfica

    
   Durante os meses de agosto e setembro, o grupo PET-GEOGRAFIA/IM participou de um curso de fotografia ministrado pelo Coletivo Pandilla fotografica. Nele foram abordados assuntos referentes à tecnica fotográfica e à historia da fotografia. Ainda foram apresentados diversos trabalhos de fotógrafos como forma de mostrar as diferentes possibilidades do fazer e do expressar-se através da fotografia.

   Ainda como parte do curso, foram realizadas idas a campo com a intenção de praticar o fazer fotográfico e de observar outras questões de interesse da fotografia e da geografia. Foram as seguintes saídas à campo: Roteiro pelas ruas do centro do Rio; visita ao morro da providência, na qual além de observarmos a interferência do projeto Porto Maravilha na vida da população local, pudemos conhecer o fotógrafo Mauricio Hora e a Casa Amarela; e uma visita ao Jardim Botânico, onde visitamos a exposição "Genesis", do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado.

   Como produção final deste curso, foi montada a exposição "território do invisível" que trata das situações, pessoas e espaços que, por diversos motivos, sofrem com o estigma da invisibilidade, tanto por parte da população quanto por parte do estado. A exposição foi apresentada pela primeira vez no IV Seminário Nacional Metrópole, realizado na Faculdade de Formação de Professores - UERJ,  como parte da participação do grupo PET no evento e posteriormente na IV Semana de Integração do curso de Geografia do IM-UFRRJ.

   O curso de fotografia, para além de maior familiarização com a técnica fotográfica, trouxe-nos uma maior sensibilidade ao olhar as situações ao nosso redor, que talvez pudessem passar despercebidas antes das oficinas. Temos certeza de que esta experiência pode nos ajudar, tornado a fotografia uma aliada da Geografia, e que será muito bem utilizada tanto na pesquisa e produção acadêmica quanto em situações em nossas vidas para além da universidade.


Filipe Emanuel
PET-Geografia/UFRRJ-IM

quarta-feira, 24 de julho de 2013

IV Semana Acadêmica de Geografia UFRRJ/IM


Leituras Compartilhadas: Resumo do subcapítulo 3.3 – As Ocupações dos sem-teto do Centro do Rio (Tese de Doutorado de Tatiana Tramontani Ramos - Geografia - UFRJ)



TATIANA TRAMONTANI RAMOS

Diferentes organizações compõem o movimento dos sem-teto e as ocupações localizadas no Centro ou Área Central da cidade do Rio de Janeiro. Tais organizações trabalham apoiando e/ou organizando um grande número de ocupações, das quais a tese tomará como estudo três delas: a ocupação Chiquinha Gonzaga, a ocupação Zumbi dos Palmares e a ocupação Quilombo das Guerreiras.
 As ocupações apresentam a variante por coletivo, que são organizações em que a distribuição de tarefas e responsabilidades não leva em consideração os cargos de comando ou confiança, mas a real participação de todos os envolvidos no processo. É uma forma de organização que busca ter um caráter  mais horizontal quanto for possível, em termos de distribuição de cargos e funções dentro desses espaços e, consequentemente, uma outra relação com o poder (heterônomo) nos mesmos. Isso não significa que dentro dessa variante não exista a expressão de poder ou relações de poder nesses espaços, mas há uma distribuição equitativa desse poder. Nesse coletivo também apresenta um “líder”, ou o “exercício de um tipo de liderança”. Dentro dessas organizações sociais há também a participação com o “apoio interno”, que é formado por indivíduos que participam da organização do processo de ocupação (fazem parte do “grupo de apoio”), mas que não desejam conquistar uma moradia para si. E o “apoio externo” é conformado por ativistas (integrantes do “grupo de apoio” e do “apoio ampliado”) que permanecem na porta da ocupação durante o período de “territorialização instável”, e cumpre uma série de Funções.
Vários são os conflitos enfrentados por essas ocupações, quando o conflito territorial passa para a esfera jurídica e a ameaça de desterritorialização, novas formar de se organização se impõem. Ocupações de sem-teto como Quilombo das Guerreiras e Chiquinha Gonzaga, localizadas em prédios situados na Zona Portuária do Rio de Janeiro, representam uma combinação de territorialização em sentido estrito com refuncionalização/reestruturação do espaço material e ressignificação de “lugares”. Nelas têm ocorrido, igualmente, tentativas de desenvolver alternativas às relações de trabalho capitalistas (ou seja, tentativas de construção de circuitos econômicos alternativos), sob a forma de cooperativas. (SOUZA, 2010: 41,42. Grifos do autor. Apud TRAMONTANI, 2012)
Vale ressaltar que existe diferenciação das maneiras de ocupação, como a ocupação sem vínculo com organizações e ocupações com organizações.
                                                               
Entre as três ocupações estudadas, a ocupação Chiquinha Gonzaga é a mais antiga. O prédio utilizado pela ocupação está localizado na Rua Barão de São Félix, próximo à Central do Brasil, foi ocupado por cerca de 40 famílias. O nome da ocupação (Chiquinha Gonzaga), como em vários outros casos de ocupação, é utilizado como homenagem a indivíduos específicos ou a sujeitos coletivos.

As Ocupações Chiquinha Gonzaga, Zumbi dos Palmares e Quilombo das Guerreiras surgem em um momento político muito especial para a cidade e o estado do Rio de Janeiro. Elas emergem em meio à chamada “era Cesar Maia”, que foi um período que se pode tratar como de grande tensão para as camadas de baixa renda da população carioca, a despeito de uma grande aceitação e satisfação das classes média e alta da cidade.
Dizemos, então, que foi um período de grande tensão para as camadas populares do Rio de Janeiro, pois houve, nessa época, um forte impacto de transformações colocadas em prática tanto no âmbito da habitação, quanto no âmbito do trabalho e posturas urbanísticas, o que justifica a entrada dos movimentos sem-teto. O que hoje temos discutido, questionado e criticado no calor do “choque de ordem” instituído no mandato do Prefeito Eduardo Paes.
Outro grande problema é a implementação de melhorias urbanas dentro das favelas, onde ocorre a formalização dos espaços até então “informais”, e dessa maneira torna os espaços locais mais caro.
Neste momento, muitos moradores, com as melhorias trazidas para as comunidades onde vivem, há muito, ou pouco tempo, passam a não poderem mais arcar com aluguéis, contas e impostos, sendo obrigados a procurar moradia em condições compatíveis com o exíguo orçamento familiar. Morar no Centro do Rio, significa para essa população a necessidade de estar próximo ao seu trabalho, estar próximo aos hospitais, estar próximo as atividades culturais, como também aos locais de lazer.

A ocupação Zumbi dos Palmares, estabeleceu-se no antigo prédio de escritórios do INSS. Essa ocupação aconteceu em um espaço de tempo curto. A ocupação Zumbi dos Palmares apresentou um enfraquecimento do coletivo, em seu sentido político, naquilo que diferencia esses espaços de qualquer outra ocupação desorganizada existente em tantas metrópoles, ao contrário da ocupação Chiquinha Gonzaga, que era uma ocupação por militantes, a Zumbi dos Palmares não havia quase ninguém com participação comunitária e as ações de grupo eram ações extremamente hierárquicas. Como consequência desse enfraquecimento político, tais fragilidades facilitaram uma desocupação lenta, discreta, onde a única alternativa possível ao despejo era aceitar propostas de “indenizações” em dinheiro (vinte mil reais) ou cadastrar-se para receber uma moradia pelo programa Minha Casa Minha Vida.
 Atualmente a Avenida Venezuela encontra-se bloqueada para obras de grandes proporções tanto de infraestrutura viária (devido a alterações previstas para a região como a demolição do viaduto da Perimetral, construção de galerias e túneis para alteração de vias etc.), quanto de demolição de imóveis, construção e requalificação de outros.

O processo que originaria a Ocupação Quilombo das Guerreiras se inicia em 2005, por meio da articulação entre ativistas das outras duas ocupações já existentes – Chiquinha Gonzaga e Zumbi dos Palmares – e apoiadores ligados, ou não, a diversas organizações de movimentos sociais. Sua formação, ainda que de maneira rápida, apresenta uma composição política bem mais complexa do que normalmente se julga.  Podemos perceber que, de certa forma, as diferentes tentativas de ocupação realizadas pelo coletivo da Ocupação Quilombo das Guerreiras contribuíram, de alguma maneira, para que essa tenha sido considerada aquela em que existe a maior coesão em termos de coletivo, em comparação com as quatro ocupações dessa variante estudadas. Essa coesão está apresentada na capacidade de diálogo, de articulação e de participação dos moradores nos assuntos da ocupação que não está livre, no entanto, de disputas, conflitos e tensões.
O imóvel utilizado pela ocupação localiza-se em um extenso terreno na Av. Francisco Bicalho, no qual existem vários galpões que deviam ser usados, no passado, como armazéns, um edifício que abriga um teatro (em absoluta degradação) e um edifício de cinco pavimentos onde funcionavam os escritórios da empresa. Hoje residem 36 famílias na Ocupação Quilombo das Guerreiras. Está previsto no Projeto Porto Maravilha que toda a área onde se encontra a ocupação (Av. Francisco Bicalho) deverá receber modernos edifícios comerciais e de negócios que serão construídos no local.
Toda essa situação que envolve negociações “de peso” com o “mega-projeto de revitalização” da área, pela Prefeitura, e com a empresa Docas, hoje privatizada e com grandes interesses imobiliários na região, leva a crer que a Ocupação Quilombo das Guerreiras deve mesmo passar por um processo de reassentamento em um conjunto habitacional a ser construído na Gamboa, nos próximos anos.
O coletivo da Quilombo das Guerreiras tem mantido certa coesão para enfrentar os desafios que se aproximam. O coletivo se mantém unido nas negociações, no diálogo com organizações sociais e órgãos governamentais envolvidos, não apenas porque seus moradores intentam defender objetivos em comum e a ação coletiva é mais eficiente nesses casos, mas porque perceberam que os ganhos com esse tipo de participação e organização política (“por coletivo”) são visíveis e trouxeram resultados extremamente positivos para a formação enquanto cidadãos de direitos, enquanto grupo e, consequentemente, ganhos individuais, como relatam os moradores.

Bárbara Marques
PET-Geografia/ UFRRJ-IM



domingo, 7 de julho de 2013

CINEPET - Destino: São Paulo

     

     No dia 02/07, o Cine PET-GEO apresentou um vídeo-debate com a exibição de “Destino: São Paulo”, um episódio da série do canal de televisão HBO, que em diferentes capítulos apresenta a questão da ‘migração’ como temática central. O capítulo apresentado foi “O dia da independência”, onde conta-se a história de imigrantes bolivianos que chegam ao Brasil, mas especificamente no Estado de São Paulo em busca de emprego e melhores oportunidades do que aquelas encontradas em seu país de origem. Contudo, esses imigrantes esbarram diante de um novo contexto social. Sofrem violências corporais, a não aceitação da sua cultura de origem e, além de não encontrarem um emprego satisfatório, em muitos casos são submetidos ao trabalho escravo.
     A exibição do filme incentivou o debate sobre a migração, por meio de diferentes questões, tais como: o trabalho escravo sofrido pelos imigrantes; a violência contra os imigrantes; o papel da escola e dos professores para a inclusão de alunos imigrantes; as novas adaptações de estão sendo realizadas dentro das escolas com a chegada de alunos imigrantes, como por exemplo, a necessidade de falar outros idiomas; entre outros temas abordados. Além do debate, o grupo PET Geografia/IM contou com a utilização de recursos didáticos e questões propostas pelos petianos para o desenvolvimento de novas reflexões, como por exemplo, a utilização de charges, gráfico, imagens e reportagem.
Bárbara Marques
PET-Geografia/ UFRRJ-IM


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Participação do minicurso do InterIMAGE realizado nos dias 26 e 27 de junho no DG/UFRRJ na II Semana da Geografia UFRRJ

Participação do minicurso do InterIMAGE realizado nos dias 26 e 27 de junho no DG/UFRRJ na  II Semana da Geografia UFRRJ

Imagem retirada em http://www.lvc.ele.puc-rio.br/projects/interimage/pt-br/, no dia 28/06/2013 às 20:23
      O minicurso foi oferecido pelo professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Gustavo Mota de Sousa. O minicurso compreendeu parâmetros do trabalho de geoprocessamento, sendo utilizado como estudo o sensoriamento remoto e para ferramenta de execução, o software livre “InterIMAGE”. No primeiro dia foram apresentados conteúdos básicos teóricos, tais como: O quê é geoprocessamento; o quê é sensoriamento remoto; a definição de uma imagem; os tipos de sensores; etc. Após a apresentação teórica, tivemos um primeiro contato com o software InterIMAGE, onde foi apresentado como elaborar um projeto e outros procedimentos do software. Já no segundo foi eabordado como exportar a imagem como shape- para ser utilizado em outros programas, como Quantum GIS e ArcGIS - e como retirar diversas informações de uma única imagem. Ao final do minicurso foi possível compreender como elaborar, por exemplo, um shape de uso e ocupação do solo de uma determinada região.
       O software InterIMAGE, é livre e podendo ser baixado sem custo pela internet. Alguns de seus criadores e operadores são: PUC-Rio; LVC; INPE; FAPERJ e outros.
Usar esse software, é uma das alternativas de analisar uma determinada localidade e suas mudanças espaciais, quando, por exemplo, não é possível a elaboração de um trabalho de campo, ou precisa-se de uma análise de uma área muito abrangente. É indiscutível a importância de um trabalho de campo! Mas não podemos negar as outras possibilidades. E a utilização desse software possibilitará aos alunos novas metodologias para serem trabalhadas em seus projetos.

 Link para download do software InterIMAGE: https://dl.dropboxusercontent.com/u/44897992/files.zip http://www.lvc.ele.puc-rio.br/projects/interimage/pt-br/

Agradecemos ao professor Gustavo Mota de Sousa e à comissão organizadora da II Semana da Geografia da UFRRJ.

Bárbara Marques
PET-Geografia/ UFRRJ-IM


segunda-feira, 24 de junho de 2013

A mesa "Ambiente e Sociedade, desfazendo fronteiras", que fez parte do Ciclo de debates e vivências, denominado "Inquietações Geográficas", pelo PET de Geografia da UFF, foi mediada pela Profa. Rita Montezuma e com participações do historiador Prof. José Augusto Pádua (UFRJ) e pelo Geógrafo Prof. Ruy Moreira (UFF / UERJ). Com a plenária lotada, foram expostos os dois pontos de vista, que a principio, poderiam parecer opostos, mas que ao longo as exposições e com as posteriores perguntas feitas pela plenária, composta majoritariamente por estudantes, se completaram . Logo as análises foram uma aula de História Ambiental e da Lógica da ocupação do espaço hoje conhecido como Brasil.

O Professor e Historiador José Augusto Pádua expôs  as suas reflexões sobre a História ambiental e, para tal, leu fragmentos de documentos da época colonial brasileira, que remetiam à ocupação predatória do espaço natural, justificando que fará uma reflexão com base nestes textos do passado. Destacou, entre diversos exemplos, o nocivo contato para as sociedades nativas com o colonizador, pois os mesmos, além da dizimação por força, trouxeram inúmeras doenças desconhecidas pelo sistema imunológico dos povos nativos, como gripes e outros vírus, que acabaram por diminuir a expectativa de vida das sociedades aqui originalmente constituídas. Apresentou também a lógica predatória da monocultura de "plantation", como herança cultural-econômica deixada ao longo da história, para que hoje entendamos a ocupação dos sistemas produtivos agrícolas brasileiros.
 
O Professor e Geógrafo Ruy Moreira, nos brindou com uma análise contundente extremamente didática sobre o que ele nomeou de "Ruptura ecológica-territorial", que segundo o mesmo esta justificada na sociedade moderna mercantil. O destaque foi a exposição do Professor, acerca dos modos de contato com o meio natural, na qual, a "evolução" da sociedade sob a base capitalista afasta a mesma do meio natural, criando assim uma alienação ambiental da espécie humana, que outrora com os denominados "índios" era de um contato harmonioso e fértil, na medida em que as sociedades originárias do espaço brasileiro, mantinham um contato extremamente sustentável com o meio, favorável à sua não degradação. Quando as relações mercantis passaram a exercer papel dominante nas relações sociais, a lógica da lucratividade passou a demandar o uso irracional do solo e o afastamento definitivo do ser humano com relação à natureza. O que antes era uma relação de extrema harmonia, nas sociedades comunitárias - como as indígenas - tornou-se uma convivência predatória, na transformação desta em sociedade societária,  o que contribuiu para o atual alarme ambiental. 
 
Em síntese, como se pode notar, as exposições se completaram e permitiram a realização de uma bela reflexão sobre a fronteira que há entre a sociedade capitalista e a natureza. Em tempo, faz-se necessário apontar que a Professora Rita Montezuma, na qualidade de mediadora, concluiu que a "emergência" das discussões sobre a preservação dos recursos é algo necessário para a manutenção do sistema, visto que o mesmo descobrindo que os recursos não seriam suficientes para a continuidade da produtividade nos moldes atuais. Não que tal preservação e busca de novas lógicas não sejam necessárias, porém são de grande necessidade para a guarda do consumo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Oficina 'Exercícios do olhar'

    
     No dia 30 de abril de 2013, o PET geografia realizou a oficina “Exercícios do olhar", sobre o uso da Fotografia e a construção de conhecimentos. O professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Valter Filé evidenciou a importância de ter um olhar diferente sobre a imagem, olhar que possa mostrar aquilo que outros fotógrafos não mostram e precisa ser posto à vista. Ele ressaltou a importância da escolha do ponto de vista tanto na  hora de fotografar quanto de fazer uma pesquisa, aprender a enxergar com outro olhar nos permitirá batalhar por outro ponto de vista diferente daquele que foi naturalizado, e provavelmente disseminado por uma lógica dominante.
 





  

       Em seguida, o professor apontou os três princípios básicos para se capturar uma boa imagem. Falou sobre a escolha do motivo, a relação sujeito-objeto e a composição. Sobre o último, afirmou que se trata de efeitos na imagem que expressam decisões que são políticas. Falou sobre os planos e evidenciou que as diversas formas de compô-lo expressam o nível de intimidade com o que é dito e mostrado, sobre os ângulos afirmou que eles estabelecem relações de poder. 

     
   Após essa orientação, os petianos foram colocar em prática o que foi apresentado, e Valter Filé propôs que fotografássemos livremente, com um olhar diferente do dito ‘natural’. Os alunos buscaram elementos do IM que se identificavam ou que quisessem mostrar por entenderem que estes não eram posto em evidencia, mas que fazem parte do cotidiano dos estudantes e da universidade como um todo. Os bolsistas tiveram quarenta minutos para fotografar e escolher a foto que mais gostaram, estas foram exibidas para todo o grupo e em seguida o professor Filé as analisou tecnicamente, mostrando-se satisfeito com este primeiro contato do grupo com a fotografia e as questões apresentadas.




Camila Fernandes
PET-Geografia/UFRRJ-IM

quarta-feira, 24 de abril de 2013

CINEPET GEO: Brava gente Brasileira


O vídeo-debate com a exibição do longa “Brava gente brasileira” e participação do professor Gustavo Granha foi extremamente interessante e vantajoso, sendo abordadas, além da perspectiva histórica da prática cartográfica, temáticas relacionadas com o choque cultural de diferentes sociedades e as relações estabelecidas entre os indivíduos. Fatos que foram relacionados com problemas sociais atuais, como a desapropriação da Aldeia Maracanã. De forma semelhante ao que ocorria com a invasão, apropriação e degradação de diversas sociedades por parte dos grandes Impérios expansionistas, vemos hoje o interesse de uma minoria, voltada para o desenvolvimentismo e reprodução sem fim do capital, utilizando para essa finalidade todos os meios possíveis, sem levar em consideração os grupos sociais envolvidos neste processo. Através desse pensamento podemos nos indagar sobre os benefícios e malefícios impostos pela atual concepção de progresso. Estamos realmente progredindo? De que forma e a custa de que/quem está sendo ocorrendo o “progresso”? Existe realmente um país democrático? Até onde é respeitado o direito do indivíduo? Realmente existe algum direito?

Andréia Ribeiro
PET-Geografia/ UFRRJ-IM

terça-feira, 26 de março de 2013

CINEPET- Geo: Entre os muros da escola



    O prof. Clézio dos Santos, que conduziu o debate, evidenciou que o filme através do contexto escolar busca a reflexão sobre os impactos da imigração na França. Impactos estes que ficam evidentes no convívio escolar, mas que ultrapassam os muros da escola englobando toda a sociedade francesa. O filme revela que esta sociedade precisa se ajustar à realidade da coexistência de diferentes culturas como consequência do processo de colonização, que hoje dá direito ao território francês aos países colonizados pela França. O professor também trouxe para o debate a discussão sobre a influência francesa na educação brasileira, ressaltando as consequencias desta estrutura escolar no país. Ainda sobre o contexto escolar, levantou-se a discussão sobre o atual processo migratório no país utilizando o exemplo da cidade de São Paulo que recebe constantemente novos alunos bolivianos, fato que evidencia novas possibilidade de diálogo, como nos casos em que professores aprendem outro idioma para atender estes alunos e pais estrangeiros. Após o video e o debate, surgiu a proposta de pesquisarmos/debatermos os impactos dos processos migratórios que mais se destacam atualmente no Brasil, convidando para o debate um especialista no tema da migrações.

Michella Maia
PET- Geografia/ UFRRJ- IM

quarta-feira, 20 de março de 2013

RODA DE CONVERSA "FAVELA É CIDADE!"



       Cleonice Dias nos contou sobre sua experiência como moradora da Cidade de Deus e sobre suas lutas cotidianas em esclarecer essa ideia de que favela não é um lugar apartado da cidade, onde apenas temos uma perspectiva de ausências como se fosse um território vazio e apto a ser dominado...sem sujeitos, sem dinâmicas e sem vivências. Nos diz que a cidade surge como um espaço de disputa e construção atendendo a interesses globais e mercadológicos e é muito fácil percebemos isso quando atualmente temos no Rio de Janeiro esse imaginário de uma “Cidade Olímpica”, que tem transformado bastante o espaço urbano carioca para efetivação de alguns projetos – como o Porto Maravilha – e que tem passado por cima dos direitos dos cidadãos já que o foco se dá apenas no potencial econômico que estes projetos abarcam. Cleonice nos conta um pouco da história desde o inicio da Cidade de Deus, desde quando era considerado um conjunto habitacional que atendia aos interesses de uma remoção autorizada pelas esferas de governo vigentes, mas que acabou atingindo abrangências maiores do que o esperado e se tornou um bairro. Também nos fez refletir sobre as forças de controle atuantes na favela, vezes por tráfico de drogas ou armas, vezes por policiais, vezes por milicianos, que se encontram cada vez mais próximos do (ou no próprio) do Estado e nos conta que não é um movimento recente. Numa roda de conversa bastante leve e informal, Cleonice também aponta a academia como sendo um espaço essencial para as lutas sociais, já que permite enxergar os processos, os contextos de uma perversidade capitalista na qual a sociedade se insere e permite revelar desdobramentos desta parceria da universidade com as lutas sociais. Sempre apontando para a importância do coletivo em suas lutas, Cleonice, destaca que seu maior aprendizado advem das experiências cotidianas e que sua formação se deu na Cidade de Deus, pois esta foi fundamental para entender a sociedade e a cidade, nos fazendo repensar nossas práticas acadêmicas.

Carolina Peres
PET-Geografia/UFRRJ-IM

quarta-feira, 13 de março de 2013

Palestra: Território e Cultura na Periferia - Com Jorge Luiz Barbosa (Geografia/UFF)


O Coordenador do Observatório de Favelas e Professor da Universidade Federal Fluminense , o Geógrafo Jorge Luiz Barbosa, trouxe-nos a palestra com o título Território e Cultura na periferia, onde de maneira didática analisou em dois momentos distintos cada conceito. Primeiramente o de Cultura, onde fez referência a Hannah Arendt ao abordar Cultura como algo que tem a ver com o cuidado e o zelo, sendo diferente para cada grupo.Jorge Barbosa destacou a necessidade de respeito às mais variadas manifestações culturais, pois as mesmas são de fundamental importância para o entendimento do uso e apropriação do Território. No segundo momento Jorge Barbosa, citando Milton Santos, define o Território como espaço usado. Para Barbosa, a Cultura está intrinsecamente ligada ao Território, sendo que a primeira se apropria do segundo dando múltiplos usos. Trazendo como exemplo, sua vivência como Coordenador do Observatório de Favelas, contribuiu para o entendimento dessa conceituação trazendo exemplos do cotidiano de espaços periféricos que estão no centro da produção cultural da metrópole. 

Rafael Romano
Bolsista PET Geografia - UFRRJ