sexta-feira, 20 de maio de 2022

Geografia e Música

Resumo por Lorena Dorigo: O artigo “Geografia e cinema: uma interpretação dos espaços carcerários no filme Carandiru (2003)”, da petiana Milla Pinheiros, traz uma potente reflexão sobre o diálogo entre a pesquisa geográfica e o cinema, fazendo uso do filme Carandiru, do diretor Hector Babenco, para falar sobre o massacre ocorrido em 02 de outubro de 1992. No texto a autora deixa claro que as representações fílmicas expõem diferentes espaços e experiencias. Nesse sentido, essas representações não são e nem precisam ser uma “cópia” da realidade, uma vez que, segundo Baraúna (2001), “a representação estabelece a maneira pela qual uma determinada realidade é construída por distintos grupos sociais”. Dessa forma, o texto vai fazer uso da representação trazida no filme Carandiru, bem como o uso das imagens geográficas representada nele, para dialogar com o massacre de 02 de outubro de 1992 e a realidade do sistema penitenciário brasileiro. Trazendo para o texto algumas situações e personagens, a autora vai falar como dentro desse sistema predomina as relações de poder e hierarquia. Existindo dois códigos que regulam o comportamento daqueles que são privados de liberdade: o formal, aquele da direção do presídio, e o outro é aquele estabelecido a partir das relações das próprias pessoas privadas de liberdade. Outros dois pontos relatados no filme e no artigo são as questões das visitas intimas, que representam, dentro desse sistema, uma moeda de troca ou uma medida de recompensa. Além disso, também é falado sobre as questões sanitárias desses presídios. A insalubridade abre espaço para o surgimento de doenças que se apresentam por endemias, tratadas na obra Carandiru e no artigo de Baraúna. Partindo para o final do artigo, fazendo um diálogo claro com a parte final do filme, temos contato com o chocante e duro caso do massacre que aconteceu em 1992. A autora traz os números que causam a indignação: 111 mortes, 130 feridos, 515 tiros feitos por PMs, 73 policiais condenados que seguem em liberdade. A situação do sistema penitenciário brasileiro pode ser tema de debate em diferentes recortes, para falar sobre diversas problemáticas. Nesse sentido, estudos como o de Baraúna são essenciais, assim como obras como o Carandiru.

Nenhum comentário:

Postar um comentário