Relato do texto Geografia e(m) movimentos, sobre o debate realizado no dia 27 de março de 2019. O texto (1º capítulo) é parte do livro “Por uma geografia em movimento: a ciência como ferramenta de luta” do geógrafo Timo Bartholl.
Alguns apontamentos importantes:
- A atuação de movimentos sociais junto com a atuação acadêmica possibilitou novas formas de pensar e fazer geografia.
- Dificuldade metodológica em desenvolver uma forma crítica de saber científico institucional sem desvincular a prática transformadora.
- Bunge (EUA) defende a conexão direta entre geografia, vivência e prática das ideias radicais surgidas na luta.
- Smith faz uma autocrítica sobre o isolamento na academia e a desconexão com a luta, e também o enfraquecimento das lutas sociais.
- A cientista social Piven analisa a relação (ativismo X academia) como desvinculada, pois o pensamento crítico não gerou reflexos positivos sobre os movimentos sociais da época.
- Um pensar desvinculado as práticas de luta corre o risco de gerar um conhecimento vazio.
- A teorização da prática emancipatória provoca uma reflexão da luta pela transformação e pela transformação da reflexão.
- A geografia crítica brasileira construiu uma relação direta com a sala de aula, problematizando o sistema e não as problemáticas dele.
GEOGRAFIA E MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL:
- Renato Emerson em “movimentos sociais e geografia: sobre a(s) espacialidades da ação social” distingue três tendências na análise de movimentos sociais:
(1ª) “Geografia da organização dos movimentos sociais” : Estuda suas formas e sua “configuração espacial”;
(2ª) “Geografia das lutas sociais”: Foca na “materialização” das lutas e dos conflitos sociais no espaço, tirando o foco da “personificação dos movimentos sociais”;
(3ª) “Geo-grafias dos movimentos sociais”: Debater geografia e movimentos sociais em dois percursos distintos:
1º: Leitura dos movimentos a partir da geografia contemporânea.
2º: Proposição enquanto categoria de análise da geografia:
- Deixar de ser objeto e ser instrumento analítico para desvendar novas especificidades e territorialidades.
- Portador de novas ordens espaciais.
Outra característica importante do texto é a apresentação do trabalho enquanto representante de uma análise dos movimentos sociais a partir do entendimento de “movimentos sociais” como categoria, ou seja, pensar a partir dos próprios movimentos sociais e seus sujeitos.
Geografia(s) e(m) movimento(s) são grafias junto aos, nos e/ou pelos próprios movimentos e seus sujeitos (com o objetivo metodológico, epistêmico, conceitual e teórico).
- Ele propõe uma geografia que nasce nos seios e se insere em práticas de movimentos sociais. E que se propõe ser um eixo de reflexão transversal entre convivência, militância e ciência.
Geografias em movimentos como ferra menta de luta do e para os movimentos sociais.
Algumas reflexões no do final do capítulo:
Qual ciência queremos e precisamos que possa fortalecer as lutas das classes periféricas?
Qual epistemologia, quais ferramentas metodológicas, conceituais e teóricas temos e/ou devemos desenvolver para fortalecer a ciência em sua função de servir a essas classes e às suas lutas?
Quais acúmulos têm e quais caminhos possíveis para construir geografias em movimentos?
Escrito pelo bolsista André Luiz Bezerra Tavares.
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