Ao passo que se inicia a pandemia
causada pela dispersão acelerada do coronavírus, Vandana Shiva pretendeu em seu
blog provocar discussões que possibilitem uma visão sistematizada e sensível no
que tange ao modelo globalizado de sociedade e de economia em que estamos
vivendo: que segmenta cada vez mais o elo com a natureza.
É
dada justamente a esta segmentação que enfatizamos uma ideia antropocêntrica de
mundo, onde a rica biodiversidade se resume a produtos, da onde podemos extrair
lucro a todo custo, forjando um imaginário de recursos naturais infinitos e de
crescimento ilimitado.
Por
esse motivo, destruímos habitats naturais de diversas espécies, manipulando
plantas e explorando a vida de animais, para dar lugar à fazendas de
monoculturas que não alimentam a população como foi o prometido com a Revolução
Verde, mais servem para retroalimentar a destruição massiva da nossa saúde e a
do planeta, criando uma realidade global conectada através de doenças –
amplamente disseminadas, com a rapidez e alcance da globalização, como o caso
do coronavírus.
A
crise pandêmica que o coronavírus desencadeia deve ser, para além da tomada de
consciência de que nós e a Terra somos conectadas e conectados, uma
oportunidade efetiva de mudança de paradigma. Através da auto-organização e da
troca de esferas espaciais – do global para o local – nasce uma esperança de
regeneração das saúdes num mundo pós-pandemia.
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