No
dia 04/09 quarta feira das 9h00 às 12h00, os bolsistas Tales e Queila participaram
da mesa “25 anos da ANPEGE e o intelectual Milton Santos, nesta mesa estavam
presentes os professores Mônica Arroyo, Adriana da Silva, Silvio Tendler e
Antônio Malachias. Nesta mesa foi debatido os desdobramentos dos trabalhos
realizados pelo professor Milton Santos, sobretudo os seus conceitos
desenvolvidos durante a sua atuação como intelectual, negro e brasileiro. O
cineasta Silvio Tendler, lembrou do professor como uma ótima pessoa,
compromissado com as questões geográficas que o cercava. O professor Antônio
trouxe a reflexão de pensamos como Milton Santos enquanto negro, se posicionava
e vivenciava os espaços que ocupava, por fim ressaltou a importância dele para
os intelectuais negros contemporâneo. Ao término de todas as falas, foi exibido
um áudio dele, onde na verdade era uma das umas aulas expositivas, demonstrando
sua atuação como docente compromissado com a criticidade com a então realidade
brasileira.
Tales
Reis
Visita ao Museu Afro Brasil
À
quarta feira de manhã, dia 04, uma parte do grupo, composta por André Tavares, Eloá
Lacerda, Fernanda Lima, Mateus Duarte e Thayná Cagnin foram ao Museu Afro
Brasil, localizado dentro do Parque Ibirapuera.
O
museu é composto por dois andares, sendo o primeiro com uma vasta exposição
sobre a evolução da cidade de São Paulo. São expostos diversos acessórios, além
de pinturas, livros, quadros, vestimenta, dentre outros, para relatar a
história de São Paulo ao longo do tempo. Há também uma parede que conta
minuciosamente, ao longo dos anos, os principais feitos e acontecimentos da
evolução histórica da cidade, considerando os aspectos políticos, sociais,
econômicos e, sobretudo, culturais.
Já
no segundo andar há uma exposição extensa e riquíssima, em seus detalhes, a
respeito da perspectiva africana na formação do
patrimônio, identidade e cultura brasileira, celebrando a Memória, História e a
Arte Brasileira e a Afro Brasileira. (Disponível em: http://www.museuafrobrasil.org.br/.
Acesso em: 17/09/2019 às 11:30)
Segundo o próprio site a respeito
da exposição, diz-se o seguinte:
“A exposição do acervo do Museu Afro
Brasil pretende contar uma outra história brasileira. (...) tem a intenção de
desconstruir um imaginário da população negra, construído fundamentalmente pela
ótica da inferioridade ao longo da nossa história e transformá-lo em um
imaginário estabelecido no prestígio, na igualdade e no pertencimento,
reafirmando assim o respeito por uma população matriz de nossa brasilidade.”
Ana Lucia Lopes, Coordenadora de Planejamento Curatorial (disponível em: http://www.museuafrobrasil.org.br/programacao-cultural/exposicoes/longa-duracao)
Ana Lucia Lopes, Coordenadora de Planejamento Curatorial (disponível em: http://www.museuafrobrasil.org.br/programacao-cultural/exposicoes/longa-duracao)
Isso
porque o museu conta com uma extensa exposição, contando com esculturas,
imagens, quadros, histórias, fotografias, relatos, que evidenciam e valorizam a
cultura Afro Brasileira. Como foi mencionada, a exposição tem a intenção de
desconstruir um imaginário da população negra, articulando uma história de
valorização dessa população. Para isso, a exposição é extremamente sensível, ao
nos mostrar em detalhes sobre a diversidade, trabalho e exploração, religião,
história e memória.
GT 19 – Geografia do Crime
e da Violência
Nesse
GT foram submetidos, ao todo, 19 trabalhos, contemplados na seguinte ementa:
“A criminalidade e a violência fazem parte do rol
dos temas mais discutidos da atualidade, configurando-se, já há algumas
décadas, em um dos fenômenos que mais preocupam os brasileiros. Em que pese as
prestimosas contribuições de profissionais de outras áreas do conhecimento, em
especial da Sociologia, Antropologia, Psicologia e Criminologia sobre o tema, a
Geografia tem um importante papel nesta discussão. O GT prioriza, portanto,
discussões teóricas e resultados empíricos acerca da distribuição espacial e
dinâmica territorial da criminalidade e violência, em suas diversas formas de
manifestação, ocorrendo em várias escalas de análise, bem como procura estudar
os processos sociais e o espaço enquanto reveladores das configurações
socioespaciais que refletem a injustiça social e espacial do crime e da
violência. Ênfase deve ser dada ao emprego de importantes categorias de análise
geográficas (paisagem, território, região, lugar, etc.) no estudo desta
temática.” (Disponível em: file:///C:/Users/eloam/Downloads/XIII%20ENANPEGE%202019_CADERNO%20DE%20PROGRAMA%C3%87%C3%83O_ATUALIZADO.pdf)
O
GT atendia pesquisadores em diferentes níveis de produção, o que valorizava
muito o debate e a possibilidade de construção. Havia projetos de pesquisa
ainda em fase embrionária, assim como teses completas. Essa diferença
possibilitava uma grande troca de experiências nas pesquisas, principalmente
considerando que se tratando desse GT, há uma grande variedade de temas a serem
explorados, inclusive através de diferentes metodologias.
Eloá Lacerda
A mesa 12 do XIII Enanpege cuja temática
foi intitulada “Geografia, gêneros e questões étnico-raciais”, que ocorreu no
dia 04 de setembro, contou com a presença da Dra. Verónica Ibarra Garcia, Dr
Alecsandro José Prudêncio Ratts (Palestrante e coord), Dra Joseli Maria da
Silva e o Dr. Diogo Marçal Cirqueira.
Começando pela Verónica Ibarra Garcia, que nos trouxe informações a
respeito da constituição de uma geografia feminista no México, e como essa
produção estabeleceu diálogo com a geografia feminista produzida aqui no
Brasil. Verónica deu destaque para nomes como Graciela Hierro e Teresita de
Barbieri. Os estudos geográficos feministas produzidos no México debruça-se em
sua maioria acerca de questões como violência feminicida e migrações. Garcia,
em sua fala, pontuou que o feminismo é um conceito político e a importância de
se pensar o espaço socialmente produzido. O encerramento de sua fala abriu
caminho para a fala da Dr. Joseli Maria da Silva, que trouxe para o debate uma
de suas produções recentes e que se faz necessária, principalmente quando
consideramos a produção científica hegemônica e a atual conjuntura, trata-se de trocar a cegueira perante a obra A produção do Espaço Urbano de Henri
Lefebvre e suas contribuições para pensar uma geografia brasileira
corporificada, pois embora esse autor seja demasiadamente abordado nas
produções científicas geográficas, a geografia brasileira privilegia apenas a
tradição marxista lefebvriana, entretanto, corporificar os debates é mais que
necessário quando pensamos que o Espaço e sua produção, pois os corpos das/os
sujeitas/os influem em como produzirão esse espaço, as experiências corpóreas
são importantes nas análises espaciais. A autora também nos trouxe outras
perspectivas para se pensar o corpo na geografia, como a que traz as mulheres
indígenas ao considerar o corpo enquanto território. A fala de Diogo, logo
após, foi inusitada no sentido de ele mudar o rumo da abordagem e discorrer
acerca de obras de autores hegemônicos da geografia, entretando, essa volta, foram mais que necessárias, pois
a análise realizada nos mostra que a geografia moderna, ainda muito presente, é
uma geografia determinista de cunho racista que inferioriza a capacidade
intelectual de outros sujeitos que não são europeus e invisibiliza outras
realidades. Allex Ratts, mirando à resistência,
nos mostra um pouco de seu trabalho junto ao laboratório Laboratório de Estudos de Gênero,
Étnico-Raciais e Espacialidades e nos mostra como a geografia sempre foi
comprometida com a colonialidade e a necessidade provocarmos tensionamentos,
nos deslocando, pois sem esse movimento continuaremos mantendo a lógica da
ciência moderna colonial. Tal mesa foi de extrema significância para pensarmos
uma geografia incorporada. E o campo
epistemológico enquanto uma encruzilhada na qual devemos refletir acerca dos
caminhos epistemológicos e metodológicos que seguiremos, com quais intenções faremos nossa oferenda (teórica) e qual boca a mesma irá
alimentar.
Fernanda Lima
GT 23 - Geografia e diversidade: gêneros, sexualidades, etnicidades e
racialidades
Dia 05/09/2019 e 06/09/2019
Coordenadores presentes: Joseli Maria Silva, Maria das Graças Silva
Nascimento Silva, Alecsandro José Prudêncio Ratts e Marcio Jose Ornat
A importância desse GT condiz com a urgência
apresentada pela geografia e diversos outros campos do conhecimento que é a
produção de uma ciência corporificada, que supere a ideia do sujeito universal,
abstrato e genérico abordado nas análises produzidas. Esse grupo de trabalho
como foi lembrado, teve seu primeiro espaço conquistado no ENANPEGE em 2013 e
devido ao avanço e consolidação do campo das geografias feministas, foi o
segundo gt com maior número de trabalhos inscritos. Essa constatação vem ao
encontro dos esforços coletivos de geógrafas e os geógrafos preocupados com a necessidade
de superar as ausências e silêncios na geografia brasileira como vêm apontando
Joseli Silva em seu Livro Geografias Subversivas discursos sobre espaço,
gênero e sexualidades (2009).
A tutora do nosso grupo, Anita Loureiro de
Oliveira apresentou o trabalho Geografias, existências e corporalidades
discordantes: Narrativas periféricas do transfeminismo, fruto do esforço
coletivo e da troca horizontal realizado no grupo de pesquisa Coletiva Vandana
Shiva: Geografia, Cultura, Existência e Cotidiano, um espaço de discussão,
ensino e afeto na busca da construção de uma geografia outra, dotada de sentido
para as pesquisadoras e pesquisadores que ali se encontram buscando trilhar
caminhos por vezes tortuosos e unir suas forças tendo como horizonte uma transformação
nos métodos e objetos pesquisados no seio da ciência geográfica.
Dado o exposto, esse grupo de trabalho foi um espaço
de suma importância para as/os integrantes do grupo que também são
pesquisadores da Coletiva. Um espaço para reforçar laços, afetos e compartilhar
os avanços conquistados na luta pela construção de geografias feministas
latino-americanas.
Thayná Maia
A Professora Dra. Joseli Maria Silva, Docente do Programa de Pós-Graduação em
Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa recebeu o "Prêmio
Geógrafa Destaque" no XIII Encontro Nacional da Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (ENANPEGE 2019). A indicação ocorreu pelo
conselho consultivo da Associação Nacional (ANPEGE). Sua fala concentrou-se na
necessidade de pensar a tradição epistemológica da geografia que invisibilizou
sujeitos, conhecimentos e o corpo na produção acadêmica da disciplina. Pensar
as ausências e os silêncios e as intencionalidades dessas ações. Joseli também
reforçou o entendimento da ciência a partir das relações de poder e a
necessidade de rever nossos conceitos e métodos que contribuíram para a
produção de uma ciência descorporificada, com sujeitos genéricos e que
fortaleceu os interesses dos grupos dominantes.
Dito isso, reconhece-se a importância do trabalho realizado pela
pesquisadora e o significado que esse prêmio tem para a aréa das geografias
feministas brasileiras.
Thayná Maia
O
integrante Mateus Duarte Ferreira esteve presente nos dias 05/09 e 06/09 para
acompanhar o grupo de trabalho “Geografia, Música e Sons: Diálogos” (GT-31), no
XIII Encontro Nacional da ENANPEGE, efetuado na USP.
A
proposta central parte através da fomentação que discute as sonoridades dentro
da ciência Geográfica, essa que passa por um momento de desconstrução de
feições e regras que limitam o entendimento dos diálogos possíveis entre a
produção das sonoridades em conjunto com a espacialidade.
Os
diferentes timbres fornecem representações que demandam sensibilidade para perceber
que a música constitui o espaço na sua plenitude, seja falando de corpo,
paisagem, lugar ou território.
O GT
atuou em 3 eixos centrais de diálogos entre Geografia e música:
1)
Abordagens da Geografia Social: diversidade de tratamentos teóricos relacionados
à dimensão espacial dos fatos musicais, que perpassam pelas geografias
pós-coloniais, geografias críticas, estudos culturais, estudos urbanos, entre
outros;
2)
Abordagens da Geografia Humanista voltada à dimensão simbólica, percepções e
representações espaciais da música;
3)
Abordagens relacionadas ao uso da música como recurso metodológico no ensino de
geografia.
É
motivador mediante a conjuntura atual, enquanto graduando e morador da BXD
encontrar espaços dentro da academia que estão abertos à esses diálogos. A
importância para compreensão do fazer acadêmico que faça a junção do método e a
sensibilidade, traz um caráter mais humano para as práticas metodológicas que
resulta numa didática mais horizontal, que prioriza os diferentes lugares de
enunciação.
Matheus Duarte
No
dia 6 de setembro, o grupo foi ao quilombo urbano aparelha luzia no “TROCATROCA”
sobre diálogos das masculinidades. A presença do debate que continha somente
homens negros das mais diferentes escalas corporais foi enriquecedor,
principalmente para mim enquanto um homem negro.
Estar
naquele espaço foi um verdadeiro momento de aquilombamento, de troca para além
deste plano físico. Os debates foram em torno do que é ser um homem negro, debates
geracionais, relatos de cotidianos, além de uma bela cantoria, que ficou por
conta de Lazzo Matumbi, músico, cantor e compositor baiano que teve uma
participação especial no debate, principalmente relacionando pontos tão importantes
com a arte. Ubuntu.
André
Tavares
Durante
a viagem para São Paulo, nós petianes aproveitamos o dia 06 de setembro para
cumprir o planejamento de conhecer alguns movimentos culturais de SP.
Decidimos
visitar a Pinacoteca, que é um museu de artes visuais com ênfase na produção
cultural do século XXI.
Fundada
em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua
renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas
nacionais e internacionais.
Segundo
o site oficial do museu, a Pinacoteca também elabora e apresenta projetos
públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e
inclusivo.
Tivemos
o prazer de conhecer trabalhos de autoria de importantes artistas brasileiros
como Anita Malfatti, Lygia Clark, Tarsila do Amaral, Almeida Júnior, Pedro
Alexandrino, Candido Portinari, Oscar Pereira da Silva, entre outros.
Além
disso, conseguimos apreciar e linda exposição da Grada Kilomba denominada
"Desobediências Poéticas". A exposição consiste em dar voz e lugar a
todxs que foram silenciadxs no decorrer dos séculos.
Na
exposição, a autora receia cenários com estética minimalista, onde a
transmissão de forma oral prevalece, juntamente com a interpretação corporal.
A
exposição trás um debate muito claro sobre branquitude e o alter ego humano que
acha que a sua estética é o padrão.
Queila
Romualdo
No dia 06 de setembro, o integrante bolsista do grupo PET-GEO Mateus Duarte Ferreira compareceu a batalha
de Mc’s do Butantã. A batalha tem o estilo “sangue”, onde as rimas são
compostas por ataques diretos, de tema livre, improvisada e 30 segundos para
responder o oponente.
Por volta das 19 horas, a praça Waldemar Ortiz começa a reconfigurar-se.
Antes deserta e sem muita utilidade o evento começa a ganhar forma, chegando
caixa de som e o público. Tive oportunidade de trocar uma ideia rápida com a
rapaziada que organiza e relataram sobre o esvaziamento da roda, sobre a
repressão que o movimento sofria naquela localidade, dificuldade de
prosseguimento, entre outras problemáticas.
A ocupação de espaços urbanos através desses movimentos mostra como a
cena underground se constrói, mc’s novos são apresentados e a partir disso
reconhecidos. Tudo isso diante de um cenário caótico composto por buzinas,
centenas de pessoas voltando do trabalho, chegada e saída do metrô. A rede de
conhecimento se manifesta e a cena se
constrói.
O movimento Hip Hop como um manifesto cultural com cunho crítico ativo
são alvos de repressões por parte do Estado. A batalha localizada no Butantã,
bairro considerado nobre da zona oeste paulista, passa por alguns reflexos
dessa realidade em que estão situadas. O Rap faz parte do movimento Hip Hop,
que é composto por outras esferas artísticas que nasceram nas ruas, que a
princípio levam a essência de cunho social de quem vive na periferia.
O Rap assim como o Funk assume papel fundamental para a proliferação das
vozes periféricas, um dos estilos musicais mais tocados em todo mundo, as
batalhas de mc’s tanto de sangue, quanto de conhecimento tornam-se fundamentais
para a movimentação da cena underground juntamente com a expressão ativa do
fluxo.
Matheus
Duarte.
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